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Mastologia PUBLICADO EM 21/11/2019

Obesidade é fator de risco relevante para o câncer de mama

Especialista do Núcleo da Mama explica esta relação 

Com participação do médico especialista em mastologia, Dr. Roberto Hoskel Azoubel

Obesidade é fator de risco relevante para o câncer de mama

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres em todo o mundo. Os fatores que aumentam o risco da doença são variados. A idade é uma das mais importantes causas: cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. Obesidade, sobrepeso após a menopausa, sedentarismo, consumo de bebida alcóolica e casos de câncer na família são outros fatores que merecem atenção.

Um dado chama a atenção: de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 53% da população brasileira está acima do peso. Outro fator preocupante é que, até 2025, o Brasil terá 29 mil casos de câncer relacionados à obesidade, segundo um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). A obesidade contribui para maior prevalência do câncer de mama, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com o médico especialista em mastologia, Dr. Roberto Hoskel Azoubel, integrante da equipe do Núcleo da Mama, existem vários estudos que comprovam a relação da obesidade com vários tipos de câncer, entre eles o câncer de mama. “A maior parte dos casos de câncer de mama está relacionada aos hormônios femininos. A gordura corporal estimula a produção do estrógeno e também de substâncias que produzem uma inflamação crônica nas próprias células adiposas. Tanto o estrógeno quanto essa inflamação crônica das células gordurosas estão relacionadas com o desenvolvimento do câncer de mama. Quanto maior o peso da mulher, maior é a produção dessas substâncias e, portanto, maior o risco”, explica. 

Existem estudos que demonstram, ainda, que o aumento da massa corporal eleva a agressividade dos tumores de mama e o risco de morte pelo câncer. Além disso, “na menopausa, há uma diminuição natural de produção do ovário, mas como o tecido adiposo (gorduroso) também produz o estrógeno, o aumento da gordura aumenta a produção deste hormônio feminino, o que acaba estimulando o tecido mamário numa fase que seria de repouso”, pontua o Dr. Roberto Azoubel.

O mastologista chama a atenção, ainda, para o fato de que a obesidade dificulta o diagnóstico e até o tratamento cirúrgico do câncer de mama. “Como a obesidade favorece a evolução do tumor, é recomendável que pacientes diagnosticadas com câncer de mama façam o controle do peso através de uma dieta equilibrada e prática de exercícios físicos. Esta mudança de hábitos vale tanto para quem não tem a doença, a fim de colaborar com a prevenção primária, quanto para quem teve o diagnóstico confirmado, para colaborar para o sucesso do tratamento”, conclui.

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