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Infectologia PUBLICADO EM 18/11/2015

Estudo diz que droga usada para tratar alcoolismo ajuda a curar HIV

Medicamento acorda células do vírus e permite que sejam destruídas

Estudo diz que droga usada para tratar alcoolismo ajuda a curar HIV

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, revela que medicamento usado para tratar o alcoolismo – chamado dissulfiram – poderia ser usado para curar o HIV (vírus da AIDS). As descobertas foram publicadas na revista The Lancet HIV.

O dissulfiram é um medicamento administrado a indivíduos alcoólatras a fim de desencorajá-los a beber. Ele age bloqueando uma enzima chamada desidrogenase, que desempenha um papel no metabolismo de ingestão do álcool. Ou seja, se os pacientes consomem álcool enquanto tomam o dissulfiram, terão uma série de efeitos colaterais desagradáveis, incluindo dor de cabeça, náuseas, dor no peito, vômitos, fraqueza, visão turva, sudorese e confusão mental.

Mas, assim como ajuda a tratar o alcoolismo, o líder do estudo, professor Sharon Lewin, do Instituto Doherty Peter para Infecção e Imunidade em Melbourne, e seus colegas descobriram que a droga poderia levar a uma cura para uma das doenças mais graves e desafiadores do mundo: o HIV.

A terapia antirretroviral é o principal tratamento para o HIV, envolvendo uma combinação de, pelo menos, três medicamentos antirretrovirais. O tratamento com esses medicamentos reduz as taxas de mortalidade por HIV, mas não levam à cura, apenas “adormecem” as células.

Os pesquisadores descobriram que o dissulfiram ajudou a “acordar” essas células dormentes do HIV, permitindo que elas fossem destruídas – uma abordagem “choque-e-ataque” que eles acreditam ser a chave para curar o vírus.

Para o estudo, a equipe medicou com o dissulfiram 30 pacientes HIV-Positivos, nos Estados Unidos. A medicação foi administrada por três dias: 500 mg do fármaco no primeiro dia, 1000 mg no segundo dia e 2000 mg no terceiro dia.

“Mesmo que a droga só tenha sido ministrada por 3 dias, este ensaio demonstra claramente que o medicamento não é tóxico e é seguro de usar, e muito possivelmente poderia ser a virada de jogo que precisamos”, revela o professor.

 

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