Nossas Entrevistas
Ginecologia e Obstetrícia
Matéria Viva Mais sobre Aborto de repetição
Por Dr. Manoel Sarno
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Com participação de Dr. Manoel Sarno
Viva Mais Viva Melhor – O aborto espontâneo é uma fatalidade que ocorre em 15 a 25% das mulheres que engravidam. Apesar de ser considerado comum nas gestações iniciais, o problema é maior quando ocorre em duas ou mais perdas consecutivas, o chamado aborto de repetição. Nestes casos indica-se avaliação criteriosa e tratamento específico. O médico ginecologista e especialista em medicina fetal, doutor Manoel Sarno, explica que esse é um problema multifatorial e que nem sempre é possível identificar uma causa específica para o aborto de repetição.
Dr. Manoel Sarno – É difícil a gente ter uma causa porque é um problema multifatorial. Eu sempre comparo com o infarto. A pessoa pode ser fumante, pode ser sedentária, pode ter colesterol alto e nunca ter infarto. A outra pessoa pode ser um jovem atleta e não ter nenhum destes fatores de risco e acabar tendo infarto. Abortamento de repetição é mais ou menos isso, tem 8 categorias de possíveis fatores de risco, dentre eles os fatores hormonais, fatores imunológicos, fatores hematológicos como as trombofilias, por exemplo, em que é uma tendência que a pessoa pode ter a formar coágulos no sangue e isso pode impedir o desenvolvimento do embrião e feto. Fatores genéticos, fatores ambientais e inclusive pode fazer essa investigação toda e, no final, a gente não encontrar uma causa, os fatores idiopáticos. Na verdade, existe uma causa, nós é que não conseguimos identificá-las ainda, mas a ciência está evoluindo para isso.
Viva Mais Viva Melhor – A enfermeira Luciana Martins revela que teve 4 abortos espontâneos consecutivos, mas nunca perdeu a esperança em ser mãe. Pensou até em barriga de aluguel, mas após ler sobre o assunto procurou ajuda, fez tratamento e conseguiu gerar dois filhos.
Luciana Martins – Eu tentei engravidar por 2 anos e tive 4 perdas. Na primeira perda a gente não procurou investigar muito porque achou que era o primeiro e eu engravidei novamente. Nesta gestação, muito precocemente, acho que com 17 semanas, eu tive uma rotura prematura de membrana da placenta, foi muito difícil porque já era a segunda perda, na verdade, eu tinha facilidade de engravidar, mas eu não conseguia segurar. Eu engravidei novamente e quando achava que o feto estava com 11 semanas, fui fazer o ultrassom a medida era de 9 semanas e sem batimentos cardíacos. E aí neste momento vem realmente o desespero. Você acha que não vai conseguir engravidar. Aí comecei a investigar mesmo, a gente começa a investigar e mesmo assim eu já tinha até conversado com a minha irmã sobre a possibilidade de ela fazer uma barriga de aluguel. Em 2006 eu consegui engravidar do meu primeiro filho, foi cesárea, deu tudo certo. A gente tinha muito medo do parto, de como a criança ia nascer. No dia do parto mesmo eu nunca vi tanta gente e eles ficaram do visor olhando e não teve quem não chorasse, porque sabiam de toda história e todo o sofrimento da gente, muita emoção mesmo, de dizer que eu consegui, eu sabia que ia conseguir. Quando o Pedro estava com 5 meses eu engravidei novamente. Não precisei fazer todo o tratamento, tomei as medicações e em agosto de 2008 nasceu o Lucas, que veio para completar a família e trouxe um temperinho diferente para a gente. Minha família eu não sei o que seria sem eles.
Viva Mais Viva Melhor – O tratamento para o aborto de repetição vai depender dos resultados da investigação realizada com o casal e pode ser muito promissor. O doutor Manoel Sarno acrescenta que cada casal tem que ser estudado e tratado de maneira individualizada e que o quadro pode ser revertido em até 85% dos casos com o segmento adequado.
Dr. Manoel Sarno – Não é só a questão do abortamento. Geralmente, os casais que têm abortamento de repetição também têm uma chance de ter outras complicações durante a gestação. Então o tratamento tem que ser individualizado. Cada casal é um caso, a gente vai ter que estudar mais aprofundadamente, mas eles conseguem reverter a situação em cerca de 85% das vezes, praticamente igual a um casal que não tem histórico de perda.
Viva Mais Viva Melhor – Com informações do site VivaMaisVivaMelhor.com Camila Paranhos.