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Ortopedia e Traumatologia PUBLICADO EM 03/03/2020

Escoliose x má postura: entenda a relação

Curva própria da doença causa má postura e não o contrário, como muita gente pensa

Participação do Dr. Carlos Henrique Araújo, especialista em coluna

Escoliose x má postura: entenda a relação

A escoliose, uma curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco, determinada pela rotação das vértebras, pode ser diagnosticado a partir de um exame físico bem realizado. Na presença de qualquer sinal sugestivo da doença, um ortopedista especialista em coluna deve ser consultado. A condição não decorre de maus hábitos posturais. Ao contrário: é a curva da coluna própria da escoliose que, em muitas situações, é responsável pela má postura, já que esse tipo de desvio pode provocar alterações no corpo todo.

Em outras palavras: a principal característica da escoliose é a presença de uma curvatura lateral no plano tridimensional do movimento (esquerda/direita, frente/costas e ao redor do próprio eixo pela rotação de uma vértebra), o que lhe confere a aparência de um C (uma só curvatura) ou de um S (mais de uma curvatura).

De acordo com o ortopedista Dr. Carlos Henrique Araújo Silva, especialista em coluna, “exames como radiografias panorâmicas podem ser necessários para a confirmação e graduação da doença, facilitando o planejamento do tratamento”, frisou. Nas escolioses estruturais, a deformidade óssea está correlacionada com um problema congênito ou adquirido, que afeta diretamente determinado segmento da coluna e, na maioria dos casos, é irreversível. Nas funcionais, a estrutura óssea permanece preservada. As curvaturas surgem como manifestação secundária para compensar os desajustes causados por um distúrbio em outra parte do corpo, como o crescimento assimétrico das pernas, por exemplo. Em geral, as curvas funcionais são flexíveis e podem ser corrigidas com tratamento.

Possivelmente de caráter genético e hereditário, a escoliose pode surgir em qualquer fase da vida. Segundo o Dr. Carlos Henrique, a idade é considerada um dos fatores de risco para a doença, em virtude do desgaste natural dos ossos, dos discos intervertebrais e dos ligamentos que pode advir com o envelhecimento. O mais comum, entretanto, é o aparecimento da escoliose estar associado ao surto de crescimento que se instala no final da puberdade e se intensifica na adolescência. “Nesse período, a progressão da anomalia é mais rápida e acomete mais as meninas do que os meninos”, destacou.

Portadores de escoliose apresentam o corpo inclinado lateralmente. Dos estágios iniciais da doença até o período final do crescimento, as dores nas costas costumam ser leves. Com a evolução da doença, porém, o grau dos desvios no tórax pode aumentar e promover alterações em outras estruturas anatômicas. Nesse caso, as dores ficam fortes e a doença pode tornar-se grave e incapacitante.

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