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Outubro Rosa PUBLICADO EM 06/10/2018Câncer de Mama: Tratamento multidisciplinar aumenta sobrevida das pacientes
Adotado em algumas instituições de saúde no Brasil, representa uma forte tendência na área de oncologia em todo o mundo
Participação do Dr. Herbert Albeida e da Dra. Gildete Lessa, médicos especialistas em oncologia
Composto por uma equipe com oncologistas clínicos e cirurgiões, radioterapeutas, enfermeiras, farmacêuticos, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, o tratamento multidisciplinar do câncer envolve uma variedade de profissionais durante as diversas fases do tratamento, por conta da complexidade da doença, que engloba mais de 600 tipos de tumores diferentes. Com o câncer de mama não é diferente, o diagnóstico traz consigo uma série de inquietações e demandas, principalmente sobre as formas de tratamento.
A médica especialista em oncologia clínica, do Núcleo Oncólogico da Bahia (NOB), Dra. Gildete Lessa, lembra que, quando começou a fazer oncologia, 80% dos casos eram diagnosticados na fase avançada e não existiam muitas opções de tratamento, então, a sobrevida dessas pacientes era curta. “Ultimamente, em decorrência do acesso à informação, cada vez mais se tem feito o diagnóstico precoce e os pacientes tem possiblidades de cura muito maior. Quando o paciente tem uma doença avançada, hoje em dia, temos um arsenal muito grande de tratamentos (quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e as vezes até a cirurgia) e, com isso, conseguimos transformar uma doença que está agressiva em uma doença crônica com sobrevida longa”, explica.
No tratamento multidisciplinar, especialistas de diferentes áreas trabalham juntos para qualidade de vida e sobrevida dos pacientes. Trata-se de um novo jeito de olhar o paciente, com foco no indivíduo, no bem-estar físico, psicológico, emocional e espiritual. O tratamento multidisciplinar já é adotado em algumas instituições de saúde no Brasil, representando uma forte tendência na área de oncologia, em todo o mundo. Diversos estudos médicos mostram que cuidar do paciente em equipe multidisciplinar otimiza o trabalho e pode reduzir a taxa de mortalidade, além de melhorar a gestão hospitalar e ambulatorial.
“Inúmeros trabalhos, nos últimos anos, têm comprovado o melhor índice de cura ou até aumento da sobrevida nos pacientes tratados por profissionais especializados no tratamento cirúrgico do câncer (cirurgião oncológico). Uma das principais explicações para este resultado é que estes profissionais estão habituados a avaliar e definir melhor o tratamento em conjunto com os oncologistas clínicos e radioterapeutas, além da interação com outros profissionais especializados, como patologistas, endoscopistas, radiologistas intervencionistas, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. O tratamento multidisciplinar tem papel fundamental no bom desfecho do tratamento dos pacientes com câncer”, finaliza Dr. Herbert Almeida, médico especialista em cirurgia oncológica.