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Infectologia PUBLICADO EM 04/04/2017

A poucos dias da Semana Santa, consumo de peixe ainda preocupa baianos com receio da doença da urina preta

Participação da nutricionista, Camila Avelar, e da infectologista, Dra. Ana Paula Amorim

A poucos dias da Semana Santa, consumo de peixe ainda preocupa baianos com receio da doença da urina preta

Com a proximidade da Semana Santa – período de maior consumo de peixe por conta das tradições religiosas – a Síndrome de Haff, conhecida na Bahia como a “doença da urina preta”, ou simplesmente “doença do peixe”, ainda preocupa baianos.

“Como o próprio nome diz a semana é santa e nós que somos católicos não comemos carne vermelha. Assim, meu peixe é sagrado. A gente até fica com o pouco de medo, mas não há muito o que se fazer”, conta o motorista Jorge Gabriel, 25.

A nutricionista Camila Avelar explica que não há motivo para preocupação nem receio. “Ainda não há comprovação da relação direta estabelecida do consumo do peixe com a doença, inclusive questiona-se se não se trata de uma virose. Até isso ser realmente estudado e comprovado, pode-se consumir peixe sem problema nenhum”, tranquiliza.

“A dica é sempre consumir peixe com procedência confiável. É importante observar o cheiro, a consistência da carne se está firme. Os olhos do peixe devem estar mais avermelhados. As escamas estarem soltando indicam também que o peixe já tem um certo tempo de pescado”, alerta a nutricionista, ressaltando o importante valor nutricional do peixe.

A médica infectologista Ana Paula Amorim complementa que “a quantidade de casos encontrados nos últimos seis meses não justifica que exista uma recomendação formal dos órgãos sanitários para suspender o consumo de peixe”.

SÍNDROME DE HAFF
Suspeita-se que a doença misteriosa que acometeu famílias em Salvador e Valença seja a Doença de Haff. 

“Os sintomas, geralmente, são dores musculares que começam na região do pescoço e que se estendem para a região do dorso e para os membros inferiores. Algumas pessoas podem ter urina escura, mas não são a maioria”, explica Ana Paula Amorim.

Em Salvador e Região Metropolitana, na maior parte dos casos, as pessoas que apresentaram os sintomas haviam consumido principalmente as espécie de peixe conhecidas como Olho de Boi e Badejo. Normalmente os sintomas aparecem entre 5 e 24h após o consumo destas duas espécies.

A infectologista esclarece que o risco maior da síndrome é desencadear uma disfunção renal. “Por isso que ecomendamos que as pessoas que ingeriram estes peixes e apresentaram dores musculares que procurem imediatamente assistência médica”.

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