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Medicina do Sono PUBLICADO EM 16/12/2015

Humanos evoluíram para ter sonos mais curtos, mas de melhor qualidade

Pesquisa examinou os padrões de sono em centenas de mamíferos

Humanos evoluíram para ter sonos mais curtos, mas de melhor qualidade

Alguma vez você já acordou depois de 8 horas de sono e pensou que poderia dormir um pouco mais? Talvez algo do seu passado evolutivo esteja convidando você. Um novo estudo, publicado na revista Evolutionary Anthropology, sugere que o sono humano é mais eficiente do que a de outros mamíferos porque nós evoluímos para dormir menos horas, em estágios mais profundos do sono. A pesquisa examinou os padrões de sono em centenas de mamíferos, incluindo 21 espécies de primatas, como babuínos, lêmures, chimpanzés e humanos. 

De acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a quantidade de sono que cada indivíduo necessita varia, mas muda à medida que envelhece. Por exemplo, crianças em idade escolar precisa de cerca de 10 horas de sono por dia, enquanto os adultos precisam de cerca de 7-8 horas de sono por dia.

Liderados pelo antropólogo David Samson, da Universidade Duke, na Carolina do Norte, os pesquisadores compilaram uma base de dados de padrões de sono em alguns mamíferos e, em seguida, utilizaram técnicas estatísticas para explicar a hierarquia de cada espécie na árvore genealógica dos primatas.

Seres humanos gastam 25% do sono em fase REM
A equipe descobriu que os seres humanos são os que dormem menos – uma média de 7 horas por noite – enquanto outras espécies de primatas, como os macacos- rabo-de-porco e os lêmures, precisam de 14-17 horas. Além disso, descobriram que o sono dos seres humanos é mais eficiente, eles gastam quase 25% do sono na fase REM – que é um estágio mais profundo do sono -, enquanto outros primatas gastam apenas 5% do seu tempo neste estágio do sono. Samson observa que os seres humanos “são os únicos a terem sono mais curto, porém, de melhor qualidade”.

Os pesquisadores concluem:
“Vários fatores provavelmente serviram como pressões seletivas para o sono mais eficiente, incluindo o aumento do risco de predação em ambientes terrestres, ameaças de conflitos intergrupais e benefícios decorrentes do aumento da interação social”. Eles acrescentam que dormir menos daria aos primeiros seres humanos longos períodos de atuação efetiva, durante o qual eles poderiam adquirir novas habilidades e conhecimentos. Enquanto isso, um sono mais profundo é necessário consolidar essas habilidades e leva a “habilidades cognitivas avançadas”.

 

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