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Prevenção PUBLICADO EM 03/11/2015

Uso de antibióticos durante a gravidez não é mais motivo de preocupação

Medicamento não influencia no desenvolvimento do feto

 

Uso de antibióticos durante a gravidez não é mais motivo de preocupação

Quando a mulher fica grávida, o uso de qualquer medicamento gera preocupação. Caso precisem fazer o uso de antibióticos, por exemplo, as futuras mamães ficam angustiadas por medo de afetar o bebê. Cerca de 4 em cada 10 gestantes irá utilizá-los em algum momento durante a sua gravidez. Junto com a penicilina, antibióticos macrolídeos são os medicamentos mais usados ​​na população em geral, incluindo mulheres grávidas.

Por isso, um estudo realizado na Universidade Montreal, no Canadá, em conjunto com a Universidade de Oslo, na Noruega, informa que os macrolídeos e seus potenciais resultados adversos da gravidez, incluindo a má-formação do feto, “estão entre os medicamentos mais utilizados na população em geral e na gravidez. No entanto, o debate permaneceu sobre se são as infecções ou os remédios que colocam as mulheres e seu bebê em maior risco”, disse Anick Bérard, PhD da Universidade Montreal.

Investigações prévias em segurança macrolídeo durante a gravidez têm produzido resultados contraditórios. Alguns estudos têm reivindicado uma associação entre macrolídeos e malformações cardiovasculares. Outros estudos têm atraído ligações entre o uso de macrolídeos durante a gravidez e uma possibilidade elevada de epilepsia e/ou paralisia cerebral. Estes resultados, e outros na mesma linha, têm levado a uma fuga de prescrever macrolídeos para mulheres grávidas em vários países escandinavos.

Para o presente estudo, a equipe de pesquisa se baseou nos dados dos inquéritos da Quebec Pregnancy Cohort (QPC) – constituída por Bérard através da combinação de quatro bancos de dados administrativos na província de Quebec. Foram colhidos dados de 290 mil grávidas e as informações sobre os resultados de saúde para mãe e filho foram armazenados. Dessas, 135.839 gestações preencheram os critérios para inclusão no estudo. Destes, 1,7% envolveram a exposição aos macrólidos durante o primeiro trimestre, enquanto que 9,8% das grávidas resultaram na criança ter uma má-formação congênita.

Bérard explica os resultados:
“Após análise estatística, não houve associação significativa entre os grupos em relação ao uso de penicilina. Nosso objetivo foi estimar o risco de má-formação congênita maior após a exposição fetal aos dois mais utilizados macrolídeos e não conseguimos encontrar nenhum.”

Portanto, para todas as mulheres grávidas que tomam antibióticos macrolídeos, um suspiro coletivo de alívio parece estar garantido. Bérard, no entanto, adiciona uma nota de cautela, explicando que os antibióticos mais obscuros – que são menos prescritos – ainda precisam de uma investigação mais aprofundada.

 

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