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Ortopedia e Traumatologia PUBLICADO EM 16/08/2018

O uso de mochilas e os possíveis casos de escoliose

Participação do Dr. Carlos Henrique, médico especialista em cirurgia da coluna

O uso de mochilas e os possíveis casos de escoliose

A escoliose é uma doença caracterizada por deformidade tridimensional na coluna vertebral, na qual o desvio que mais chama atenção é a curvatura para a direita ou para a esquerda, deixando-a em formato de “S”. Na maioria dos pacientes, a causa é desconhecida, sendo chamada de escoliose idiopática. Apenas alguns tipos de escoliose possuem uma causa conhecida, como a provocada por deformidade congênita ou por doença neuromuscular. Ou seja, como muitas pessoas imaginam, carregar peso, mesmo que de maneira incorreta, não provoca escoliose, porém, isso não significa, também, que o excesso de peso nas costas seja inócuo.

Apesar de ser comum entre as meninas em idade escolar, a escoliose não está associada ao peso das mochilas, preocupação comum aos pais de estudantes. “O uso de mochilas, mesmo de modo inadequado, não provoca escoliose, porém, o excesso de peso na mochila pode piorar a doença existente por provocar dor em diversas regiões na coluna, como alterações musculares e nos discos intervertebrais. O ideal é que o peso da mochila não ultrapasse 10% do peso da criança e sempre deve ser vestida as duas alças, distribuindo o peso da mochila nos dois ombros. Outra opção é o uso da mochila de rodinhas, pois não há sobrecarga nenhuma na coluna da criança”, explica o Dr. Carlos Henrique, médico especialista em cirurgia da coluna. 

Vale destacar, que qualquer queixa de dor na coluna vertebral em uma criança deve ser investigada por um especialista. A maioria das lesões, quando diagnosticadas precocemente, possuem um tratamento ideal. “Não tem como prevenir a escoliose, o que se pode fazer é realizar um diagnóstico precoce, o que permitirá um tratamento específico e efetivo, além de diminuir a chance de possíveis sequelas”, ressalta o Dr. Carlos Henrique.

Na presença de qualquer sinal sugestivo da doença (má postura, assimetria dos ombros, presença de gibosidade, entre outros) um ortopedista especialista em coluna deve ser consultado. O exame físico bem realizado já é suficiente para dar o diagnóstico de escoliose. Exames secundários como radiografias panorâmicas são necessários para a confirmação e graduação da doença, permitindo o planejamento do tratamento. “Uma escoliose grave não tratada pode evoluir com progressão da curva e compressão de órgãos, como o coração e o pulmão, levando o paciente a uma insuficiência cardiopulmonar e debilidade na qualidade de vida”, finaliza o Dr. Carlos Henrique.

 

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