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Cirurgia de Tórax PUBLICADO EM 01/08/2017

Hiperidrose: Como combater o excesso de transpiração

Suor excessivo pode interferir nas atividades diárias do paciente

Participação do Dr. Iury Melo, médico especialista em cirurgia do tórax

Hiperidrose: Como combater o excesso de transpiração

 

A hiperidrose, doença pouco conhecida na população em geral, é uma condição médica em que a pessoa transpira excessivamente e de forma imprevisível. Apesar do suor ter papel importante no controle da temperatura corporal, naqueles com hiperidrose, se manifesta por um suor excessivo, maior que as necessidades fisiológicas do corpo, podendo ser de forma localizada, em partes do corpo específicas (mais comumente mão, axilas e pés) ou de forma generalizada, em todo o corpo. 

Além do constrangimento de ficar com a roupa sempre molhada, portadores da hiperidrose podem sofrer graves problemas de relacionamento pessoal e profissional, pois, um simples abraço ou aperto de mão pode gerar constrangimento para quem sofre com a doença, que ainda não apresenta soluções muito simples de tratamento. 

Porém, nem todo o suor excessivo é considerado hiperidrose. Existem critérios clínicos para diagnosticar a doença. O médico, especialista em cirurgia do tórax, Dr. Iury Melo, explica que “o diagnóstico passa por uma avaliação clínica no consultório com o especialista. O limite as vezes do que é excessivo ou não é muito tênue. O grande ponto chave é até onde incomoda o paciente nas suas atividades sociais ou nas atividades do dia-a-dia, esse é o ponto que a gente procura determinar bem, se o excesso do suor é localizado em determinada parte do corpo e se isso traz algum tipo de transtorno no dia-a-dia do paciente, independente da graduação de quantidade ou medida direta ou indireta da quantidade ou intensidade do suor”.

Foi o caso da estudante de nutrição, Laressa Neiva. Ela transpirava demais nas mãos e nos pés e isso influenciava no seu contato com as pessoas. Foram anos de limitações, desde abraçar os amigos, até perder as provas na escola. “Sempre passei muito constrangimento com a hiperidrose. Para você conhecer uma pessoa você tem que cumprimentar. Na faculdade eu tenho que mexer nas pessoas para medir as gorduras, faço nutrição, e fazer isso com as mãos transpirando é muito constrangedor. Eu já perdi várias provas na faculdade por ter rasgado a folha e a professora nem sonhar em saber o que é hiperidrose”. 

“Em alguns indivíduos o suor é tão intenso que estas pessoas com hiperidrose podem transpirar mesmo quando a temperatura está baixa ou quando estão descansando. Geralmente, costumam transpirar em maior intensidade em situações de estresse emocional tornando-se incontrolável, acompanhado de um sentimento de embaraço, e atrapalhando não só as atividades profissionais, como o relacionamento social. Frequentemente, é seguido de uma forte ânsia de escapar da situação de origem, chegando a quadros de fobia social”. (Dr. Iury Melo)

Após começar o tratamento, Laressa revela que sua vida mudou completamente: “No quarto dia de tratamento, meu pé ressecado, eu nunca vi meu pé ressecado, fiquei tão feliz e foi a melhor coisa da minha vida, eu renasci. Agora eu posso dizer que eu vivo, eu consigo ir para a faculdade feliz, consigo até me interessar mais pelas coisas, eu tenho mais gosto em viver, em sair, me arrumar, em tudo”.

Com o avanço das técnicas e uma melhor compreensão da doença, o tratamento para a hiperidrose tem se tornado mais simples e bastante seguro. Dr. Iury Melo ainda acrescenta, que “as opções de tratamento passam por cremes ou desodorantes, a depender da intensidade. Para aqueles que não querem se submeter a cirurgia, há as aplicações de um Botox, feitas nos locais onde tem o suor e precisa ser renovado de 4 a 6 meses. Tem um custo mais alto e toma várias injeções durante esse período. Porém, o mais indicado é a cirurgia, onde você consegue ter um resultado definitivo e de longo prazo, com o índice de satisfação bem elevado”.

 

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