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Neurocirurgia PUBLICADO EM 16/07/2018Escoliose afeta de 2% a 4% da população mundial
Patologia se refere ao desvio anormal do eixo da coluna vertebral
Participação do Dr. Edson Alvarenga, médico especialista em neurocirurgia
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a escoliose afeta de 2% a 4% da população mundial. A patologia se refere ao desvio anormal no eixo da coluna vertebral, que a deixa em forma de ‘S’. É uma deformidade vertebral que leva a uma curvatura maior do que 10 graus, quando se olha a coluna por trás. Porém, quando essa curvatura passa dos 20 graus, exige observação de um médico especializado em coluna vertebral.
Em adultos, a dor é o ‘carro-chefe’ do sintoma, junto com a deformidade, desequilíbrio da coluna e sinais de sintomas neurológicos. Em crianças e adolescentes, são mais frequentes os aspectos estéticos e o crescimento da deformidade, muito mais do que dor ou comprometimento neurológico. Com isso, a observação dos pais, com relação a deformidade, torna-se fundamental. Vale ressaltar, que o diagnóstico é basicamente clínico, com a observação da postura, presença de um lado das costas mais alto, elevação de um ombro e entortamento do dorso. Estas observações começam a ser feitas pelos familiares e são refinadas pelo médico assistente.
A confirmação técnica se faz com as radiografias panorâmicas, nas quais o filme mostra da base do crânio até o encaixe do quadril com a coxa. “Com este exame, é possível medir o ângulo das curvaturas, determinar o tipo de curva, segundo os padrões de classificação, programar um acompanhamento e determinar um tratamento. Na dependência da avaliação médica, também pode ser solicitada uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética, para se pesquisar detalhe ósseo ou avaliar o sistema nervoso e os componentes moles da região. Exames para a saúde óssea, como a densitometria, ou para avaliar a taxa de crescimento do indivíduo, também são úteis”, explica o Dr. Edson Alvarenga, médico especialista em neurocirurgia.
As opções de tratamento para a escoliose são várias, dependem da idade do paciente, do tipo e da gravidade da curva e dos sintomas acompanhantes. Algumas situações, em que existam grandes ângulos de curva, da ordem de 80 a 100%, a cirurgia é imperiosa. A cirurgia também é indicada para crescimentos rápidos em curvas menores, na disfunção dos pulmões, nas dores e na qualidade de vida reduzida.
“As crianças, por exemplo, podem ser tratadas com o gesso moldado, que é trocado com frequência, conseguindo-se, muitas vezes, resultados importantes. Para estes pequenos, também existem as hastes metálicas que esticam a coluna, são presas nas extremidades da curva, passando por baixo da pele sem prender as vértebras uma na outra, na tentativa de evitar uma cirurgia que alteraria o crescimento vertebral”. (Dr. Edson Alvarenga)
É importante lembrar, que a fisioterapia tem um papel importante na melhora de alguns pacientes. Os coletes especiais, também. Não curam, mas podem estacionar a taxa de crescimento da curva até que se alcance uma maturidade esquelética um pouco mais aceitável para uma cirurgia. “Sempre que seja possível, o tratamento cirúrgico promove o endireitamento da coluna, mantendo-a ereta e permitindo desenvolvimento do indivíduo com melhor qualidade de vida”, finaliza Dr. Edson Alvarenga.