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Psiquiatria PUBLICADO EM 15/02/2018Dependência Química: Você sabe o que são os codependentes?
Familiares também precisam ser submetidos a estratégias terapêuticas
Participação do Dr. Rogério Santos, médico especialista em Psiquiatria
É muito comum que mães, pais, esposas e até mesmo filhos, se entreguem por conta de um dependente químico na família. Começam a se tornar permissivos demais, a propiciar a manutenção da drogadição, seja alimentando financeiramente a manutenção do uso ou encobrindo os eventos que ocorrem por conta da droga, entre outros comportamentos. No fundo, os familiares sabem que o paciente deveria arcar com o preço da sua dependência, mas, em nome do sentimento, começam a tentar ‘limpar a bagunça’ que o dependente fez e acabam sofrendo muito.
Portanto, entende-se como codependente uma pessoa que deixa o comportamento de outra afetá-la, é aquele indivíduo que ‘adoeceu’ dentro do processo da dependência do seu familiar. Ou seja, é um termo utilizado para definir o comportamento de familiares que convivem com um dependente químico e se sentem na obrigação de ‘controlar’ as atitudes dessa pessoa.
“O tratamento da dependência química, de modo geral, tem que abordar o familiar (codependente). Não há como se tratar o dependente imaginando que ele é um produto que vai entrar e sair de uma forma diferente. É preciso entender que essa família precisa ser submetida, também, a estratégias terapêuticas”. (Dr. Rogério Santos, médico especialista em psiquiatria)
Tratar a família envolve estratégias de psicoterapia, a fim de fazer com que essas pessoas troquem experiências e possam enxergar que algumas de suas atitudes não funcionam ou perpetuam, ainda mais, a dependência. “As estratégias terapêuticas para tratar o codependente, geralmente, passam por psicoterapias de grupo e, às vezes, também, individual. Existem grupos de mútua ajuda para o familiar do dependente, que, muitas vezes, está tão adoecido ou mais depauperado do que o próprio dependente químico”, explica o Dr. Rogério Santos.
É importante destacar, que o codependente demonstra um comportamento inconsciente e compulsivo, esquecendo-se de si mesmo. Por isso, é preciso estar atento ao comportamento do dependente e encarar a dependência como um problema de saúde que precisa ser tratado. O dependente químico precisa arcar com o preço da sua dependência e a família precisa entender que vai ter que mudar a forma de lidar com o paciente, impondo limites, que é algo muito difícil para alguns deles.