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Radiologia Intervencionista PUBLICADO EM 20/08/2019

Consumo excessivo de álcool pode dobrar risco de desenvolver câncer de fígado

Mortalidade pela doença tem aumentado em todo o mundo

Participação do especialista em Radiologia Intervencionista, Dr. André Goyanna

Consumo excessivo de álcool pode dobrar risco de desenvolver câncer de fígado

O Câncer de Fígado é um dos tumores malignos mais comuns em todo o mundo, e sua mortalidade tem aumentado nos últimos anos. O consumo excessivo de álcool pode dobrar o risco de uma pessoa desenvolver o câncer primário de fígado, o carcinoma hepatocelular.

O consumo de álcool é responsável por até 45% dos casos da doenças. O álcool aumenta o risco de câncer de fígado tanto por ação direta de toxicidade nas células quanto por ação indireta, como resultado de cirrose causada pelo alcoolismo.

Existem dois tipos da doença: tumores malignos de origem primária no fígado e as metástases de tumores originados em outros órgãos. Quando o início da doença está no próprio órgão, 80% dos casos são de carcinoma hepatocelular e estão associados com a cirrose (causada por hepatites virais, alcoolismo, hepatite auto-imune), à esteatohepatite não alcoólica (doença hepática gordurosa) e outros fatores como consumo de amendoim (pela presença de contaminação por aflatoxina). As metástases hepáticas mais comuns são as secundárias a partir do câncer de intestino.

Diagnóstico

Um dos exames que detecta a doença, mesmo quando ainda não apresenta sintomas, é a ultrassonografia de abdômen, muito utilizada em checkups. Os exames de rotina são muito importantes para a identificação precoce e o início imediato do tratamento. O desenvolvimento da doença pode gerar sintomas como perda de peso, perda de apetite, dor abdominal, náuseas, vômitos, amarelamento da pele, coceira na pele e indisposição. Por isso, são sinais de alerta para quem não está com o acompanhamento médico em dia.

Tratamento

A quimioterapia, cirurgia para retirada do tumor e o transplante de fígado são as principais opções terapêuticas. Além disso, existe a opção de utilizar a radiologia intervencionista, que pode ser aplicada no tratamento de determinados tumores primários, ou seja, aqueles que se originam diretamente do fígado e até em tumores secundários, as chamadas metástases. De acordo com o médico Dr. André Goyanna, “o tratamento cirúrgico ou através das medicações quimioterápicas é sempre a primeira opção para a maioria dos pacientes, sendo reservada a alternativa por radiologia intervencionista quando existe falha ou risco elevado por impossibilidade de tratar por algum desses métodos tradicionais”.

O médico explica, ainda, que através de uma técnica chamada quimioembolização é feita a obstrução da circulação de um ou mais tumores do fígado juntamente com a injeção local de uma medicação quimioterápica que vai agir em conjunto para matar o tumor. Ela é realizada através da punção na virilha, uma técnica muito semelhante ao cateterismo de coração, mas voltado para o fígado, utilizada em pacientes que possuem um tipo específico de tumor que se origina no fígado, o chamado carcinoma hepatocelular”, detalha o Dr. André Goyanna.

É essencial contar com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, envolvendo hepatologistas, oncologistas, cirurgiões, nutrólogos e radiologistas, além de uma estrutura hospitalar com opção de abordagem minimamente invasiva. Considerando os tipos primários mais comuns da doença somados, a sobrevida em cinco anos é de cerca de 18%. Entretanto, em pacientes com diagnóstico em fases iniciais, esta sobrevida pode subir para até 70% com tratamento adequado.

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