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Cirurgia Bariátrica PUBLICADO EM 10/05/2017Cirurgia Bariátrica: 9 verdades e 1 mentira
Aproveitamos a nova brincadeira da internet para esclarecer as dúvidas a respeito do assunto
Participação do Dr. Marcelo Falcão, especialista em cirurgia bariátrica
A cirurgia bariátrica vem sendo apresentada, em algumas situações, como a “solução ideal” para casos de obesidade mórbida. Porém, a técnica, que tem o objetivo de diminuir o tamanho do estômago do paciente, deve fazer parte de um programa que envolve mudança de hábito, reeducação alimentar e atividade física. Além disso, há outras questões que deve-se levar em conta antes de encarar a mesa de cirurgia. Por isso, aproveitamos a nova brincadeira da internet (9 verdades e 1 mentira) para esclarecer algumas dúvidas. E quem nos ajudou neste desafio foi o Dr. Marcelo Falcão, médico especialista em cirurgia bariátrica. Vamos lá?
9 verdades e 1 mentira sobre a Cirurgia Bariátrica:
1. Os obesos mórbidos têm indicação direta para fazer a cirurgia bariátrica. Porém, os obesos grau II, que tem obesidade associada a doenças (diabetes, hipertensão, apneia do sono, entre outras), também podem realizar a cirurgia bariátrica.
2. Pacientes operados deverão continuar a fazer dieta após a cirurgia bariátrica. A dieta deve ser feita durante os primeiros seis meses da cirurgia, com o objetivo de reeducar o paciente. Após este período, ele vai poder provar sabores, mas vai ter a educação de comer em volume menor. Não é uma dieta eterna, é uma dieta num período determinado a fim de reeducar o hábito alimentar.
3. O acompanhamento psicológico é um pilar importante no tratamento da obesidade e da cirurgia bariátrica principalmente, porque existe uma mudança da estética, uma mudança do corpo da pessoa, e a cabeça tem que acompanhar esta mudança. A obesidade não é uma doença apenas mecânica, não é só o comer muito é o desejar muito também. A saciedade, a gula, passam por uma questão psicológica importante e o acompanhamento psicológico é fundamental para um tratamento adequado.
4. Perde-se mais peso nos primeiros seis meses após a cirurgia bariátrica. Até dois anos, a perda de peso é bem importante, mas nos primeiros seis meses há uma transformação muito grande, principalmente nos pacientes super obesos. Alguns pacientes chegam a perder 50 quilos neste período, uma transformação corporal bastante significativa.
5. O paciente que fez redução de estômago pode engordar novamente. Esse é o principal problema da Sociedade Mundial de Cirurgia Bariátrica, o reganho de peso do paciente operado. A obesidade não tem cura, tem um controle através da cirurgia, ou seja, se o paciente não mudar seus hábitos de vida (sair do sedentarismo, fazer dieta), não vai conseguir manter o peso que conseguiu perder com a cirurgia.
6. Depois da cirurgia bariátrica é comum a intolerância à lactose. Existem as pessoas que têm intolerância ao leite ou a lactose, isso pode acontecer, mas não é regra. A maioria dos pacientes toleram bem o leite e seus derivados.
7. Anemia e déficit nutricional após cirurgia bariátrica podem ser corrigidos com acompanhamento multidisciplinar. A transformação do corpo, a restrição alimentar, as trocas metabólicas são alteradas após a redução do estômago e isso pode causar anemia e déficits nutricionais, existindo uma necessidade de repor alguns nutrientes. Com o acompanhamento adequado esses déficits são tranquilamente corrigidos ao longo dos primeiros seis meses após a cirurgia.
8. A cirurgia bariátrica não é mais arriscada que outras cirurgias. A cirurgica bariátrica é realizada desde 1962, quando o doutor Mason fez a primeira gastrectomia vertical. É uma cirurgia que mexe com um órgão que já se opera há muito tempo. A cirurgia bariátrica tem um componente de risco porque o paciente é um paciente de risco, mas é um risco que é comparado a uma cirurgia ortopédica num idoso ou uma cirurgia cardíaca.
9. As unhas podem ficar quebradiças e o cabelo pode cair após a cirurgia bariátrica. Após a cirurgia bariátrica ocorre uma mudança, uma transformação, existe uma restrição de proteína, inicialmente, e as unhas e cabelos caem por serem derivados de proteína. Ou seja, se a proteína está baixa, é comum essa perda. “Particularmente as mulheres ficam muito insatisfeitas com essa parte”.
10. Caso o paciente não esteja no peso recomendado para realizar a cirurgia bariátrica, engordar mais seria o melhor caminho. MENTIRA! O paciente não pode adquirir doença para usar medicação, para ser tratado. Isso é incoerência. O paciente não pode ficar doente para requerer um tratamento. Se o paciente já está com excesso de peso, tem que tratar o excesso de peso sem chegar na obesidade. Nunca se deixar ou querer engordar para se submeter a uma cirurgia, seja ela bariátrica ou de qualquer outro tratamento.