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Neurologia PUBLICADO EM 10/03/2016

Beber mais café pode afastar a esclerose múltipla

Propriedades da cafeína podem diminuir o risco de desenvolver a doença

Beber mais café pode afastar a esclerose múltipla

O Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Stroke (NINDS) descreve a esclerose múltipla como “uma doença imprevisível do sistema nervoso central”, cujos sintomas podem variar de benigno para devastador. A doença interrompe a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo. Por isso, uma nova pesquisa, publicada no Journal of Neurology, Neurosurgery e Psiquiatria indica que propriedades neuro-protetoras e anti-inflamatórias da cafeína podem diminuir o risco de desenvolver esclerose múltipla.

Se você está tentando reduzir as xícaras de café por dia, pense novamente! O café contém mais de mil compostos biologicamente ativos, incluindo o estimulante do sistema nervoso central (SNC), a cafeína. Propriedades neuroprotetoras da cafeína podem suprimir a produção de produtos químicos envolvidos na resposta inflamatória.

Dr. Anna Hedström, do Instituto de Medicina Ambiental, Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia, e seus colegas compararam 1.620 adultos com esclerose múltipla com 2.788 indivíduos saudáveis, pareados por idade e sexo. Já nos EUA, as equipes da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, MD, da Universidade da Califórnia-Berkeley e da Kaiser Permanente Divisão de Investigação em Oakland, CA, compararam os dados de 1.159 pessoas com esclerose múltipla com 1.172 participantes saudáveis.

Em ambos os estudos, os participantes forneceram informações sobre o consumo de café. Houve maior risco de esclerose múltipla entre aqueles que beberam menos xícaras de café todos os dias em ambos os estudos, mesmo após o ajuste para fatores como tabagismo e peso durante a adolescência. Os resultados indicam que quanto mais as pessoas consomem café, menor o risco de esclerose múltipla.

Em um editorial ligada, Dr. Elaine Kingwell e Dr. José Maria Andreas Wijnands, da Faculdade de Medicina da Universidade de British Columbia, em Vancouver, Canadá, apontam para inconsistências em estudos anteriores, mas eles expressam a esperança de que uma melhor compreensão da etiologia da esclerose múltipla pode levar a novas terapias. Eles escrevem:

“Embora beber café possa prevenir o desenvolvimento da esclerose múltipla, os resultados destas análises exaustivas adicionam à evidência crescente para os efeitos benéficos do café. […] O papel do café no desenvolvimento da esclerose múltipla merece claramente uma investigação mais aprofundada, assim como os mecanismos que estão na base da relação”.

*Os autores advertem que uma ligação causal não pode ser confirmada, uma vez que este foi um estudo observacional. As limitações incluem a possibilidade de que pacientes com a doença mudaram seu consumo de café em algum momento entre receber um diagnóstico e dar a informação, influenciando os resultados. Os participantes podem também não ter se lembrado de seu consumo de café com precisão. Os efeitos também poderiam ser devido a um outro componente químico do café ao invés da cafeína. A equipe pede mais investigação.

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