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Comportamento PUBLICADO EM 13/10/2015Atividade sexual ‘altera’ sistema imunológico e aumenta chances de gravidez
Estudo pode ajudar casais que tentam engravidar, em termos de quantas vezes eles devem ter relações sexuais
Estudos publicados nos jornais ‘Fertility and Sterility’ e ‘Physiology and Behavior’ concluem que fazer sexo em qualquer momento durante o ciclo de uma mulher aumenta a probabilidade de gravidez. Liderada por Tierney Lorenz, do Instituto Kinsey, da Universidade de Indiana, a pesquisa sugere um calendário do sexo, a fim de ‘driblar’ o sistema imunológico e alterar as condições para a concepção da gestação.
Lorenz observa que os casais que tentam engravidar normalmente são aconselhados a ter relações sexuais regulares para aumentar as chances de engravidar, mesmo durante “períodos não-férteis”.
Para explorar ainda mais este tema, Lorenz e seus colegas usaram informações de participantes do Instituto Kinsey, do estudo sexual Mulheres, Imunidade e Saúde, que acumulou dados entre os ciclos menstruais de 30 mulheres saudáveis - metade das quais eram sexualmente ativas e metade que não eram.
Foram feitos dois estudos. No primeiro, a equipe descreve como as mulheres sexualmente ativas exibiam mais alterações nas células T-helper (células de extrema importância para o sistema imunológico). No segundo, apresentam evidências de diferentes níveis de anticorpos entre os dois grupos de mulheres. Os anticorpos, que são conhecidos como imunoglobulinas, desempenham um papel crítico na destruição de invasores estranhos no corpo.
Lorenz explica: “O corpo feminino passa por um dilema complicado. A fim de proteger-se, ele precisa se defender contra os invasores. Mas se ele aplicar essa mesma lógica de um esperma ou um feto, então a gravidez não pode ocorrer. As mudanças na imunidade da mulher podem ser uma resposta a este problema”.
Os pesquisadores apontam que existem vários tipos de células T-helper (Th) e imunoglobulinas. Enquanto as células Th1 ajudam o corpo a se defender contra ameaças externas, as células Th2 ajudam a aceitar as condições de gravidez que o corpo normalmente interpreta como uma ameaça.
Além disso, a imunoglobulina A pode dificultar o movimento do espermatozóide e outras características de fertilização e a imunoglobulina G pode combater a doença sem afetar o útero.
Os resultados da pesquisa mostraram que as mulheres sexualmente ativas, não grávidas, tinham níveis significativamente mais altos de células Th2 durante a ovulação – quando o revestimento do útero engrossa, em antecipação da gravidez – e níveis mais altos de células Th1 durante a menstruação – quando os folículos dos ovários estão amadurecendo.
No grupo das mulheres sexualmente abstinentes, nenhuma dessas mudanças na imunidade estavam presentes.
Os pesquisadores dizem que os estudos são os primeiros a mostrarem que a atividade sexual inicia mudanças na regulação do sistema imune em mulheres sexualmente ativas, em comparação com as mulheres sexualmente abstinentes.
Estes resultados poderiam ajudar casais que tentam engravidar, em termos de quantas vezes eles devem ter relações sexuais. Da mesma forma, a equipe explica que a investigação poderia afetar no tratamento de pessoas com doenças auto-imunes. Se a atividade sexual provoca flutuações naturais em exames de sangue, poderia ser útil para os médicos que tratam esses pacientes.