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Oncologia Clínica PUBLICADO EM 17/03/2016Álcool provoca gene causador de câncer de mama
Estudo investigou efeitos da bebida sobre estrogênio
A cada ano, milhares de casos de câncer de mama estão ligadas ao consumo de álcool. Por isso, um novo estudo fornece uma ligação direta entre o álcool, o estrogénio e um gene causador de câncer. A investigação, liderada por Chin-Yo Lin, da Universidade de Houston, no Texas, foi publicado na PLoS ONE.
O consumo de álcool é um fator de risco modificável para o desenvolvimento do câncer da mama e, ainda assim, estima-se que 50% das mulheres com a doença continuem consumindo bebida alcoólica. Devido ao consumo excessivo de álcool em todo o mundo, os pesquisadores queriam investigar os efeitos da bebida sobre o fator de crescimento e de sinalização do estrogênio, bem como redes de genes de regulação que estão envolvidos na evolução clínica de pacientes com câncer de mama, efeitos do álcool em resposta tamoxifeno (medicamento que é usado para tratar o cancro da mama que se espalhou para outras partes do corpo) e o papel que os genes regulados por álcool desempenham no câncer da mama.
“Queremos proporcionar às mulheres, em geral, mais informação e conhecimento a fim de que elas diminuam o seu consumo de bebidas alcoólicas com os potenciais riscos para a saúde”, diz Lin. Ele acrescenta que isso inclui “pacientes com câncer que podem ‘descontar na bebida’ os efeitos causados pelo tratamento, modificando seu comportamento e hábitos em conformidade”.
Os pesquisadores descobriram que o álcool promove a expressão de um gene causador do câncer, chamado BRAF – mesmo na ausência de estrogênio – e imita e aumenta os efeitos do estrogênio, aumentando o risco de câncer de mama. Eles também concluíram que o álcool enfraquece a capacidade de tamoxifeno para suprimir o crescimento de células de câncer.
Comentando sobre as suas conclusões, Lin diz:
“O consumo de álcool é predominante entre as mulheres e é um fator de risco para o câncer de mama. Nossa pesquisa mostra que o álcool aumenta as ações do estrogênio na condução do crescimento de células de câncer de mama e diminui os efeitos do tamoxifeno sobre o bloqueio de estrogénio, aumentando os níveis de um gene causador de câncer chamado “gene BRAF””.
“Espero que estas e futuras descobertas forneçam informações e motivação para promover escolhas comportamentais saudáveis, bem como potenciais alvos para estratégias de prevenção, a fim de diminuir os incidentes e as mortes por câncer de mama durante a próxima década”, finaliza Lin.