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Hepatologia PUBLICADO EM 27/07/2017

28 de Julho: Dia Mundial Contra as Hepatites Virais

A importância do diagnóstico precoce da doença do fígado

Participação do Dr. André Lyra, médico especialista em Hepatologia

28 de Julho: Dia Mundial Contra as Hepatites Virais

O dia 28 de Julho foi o escolhido para comemorar o Dia Mundial Contra as Hepatites Virais. Além disso, o mês é todo dedicado ao combate a essas patologias. O Julho Amarelo tem como objetivo de aconselhar, orientar sobre prevenção e testes rápidos para a população, especialmente sobre as hepatites B e C.  Por isso, é importante chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce das doenças que afetam o fígado, pois, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as hepatites virais são um dos maiores problemas mundiais de saúde e matam duas vezes mais do que a AIDS. 

A hepatite é a inflamação do fígado, ela pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas, quando aparecem, podem ser: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados (icterícia), urina escura e fezes claras. As principais formas de transmissão são através do sexo desprotegido, compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha ou outros objetos perfuro cortantes.

As doenças hepáticas são diagnosticadas com exame simples de sangue. Na maioria dos casos, apenas exames laboratoriais de rotina, testes sorológicos para hepatites virais ou, até mesmo, ultrassonografia do abdome, são suficientes para o diagnóstico de diversas doenças hepáticas. “Evidentemente que existem casos mais complexos, que necessitam de uma investigação mais profunda, e, também, uma vez feito o diagnóstico, alguns pacientes da mesma forma irão precisar de exames adicionais para aprofundar a investigação”, revela Dr. André Lyra, médico especialista em Gastroenterologia e Hepatologia.

É importante ressaltar, que hepatite não tratada pode se transformar num câncer de fígado. “Uma vez que o paciente adquiriu hepatite C, por exemplo, e ele desenvolve a infecção crônica. Cerca de 10 a 20% dos indivíduos, cronicamente infectados, vão evoluir com cirrose hepática depois de 20 a 30 anos de infecção. Estes pacientes com cirrose hepática, de fato, têm uma maior chance de ter câncer no fígado, que é chamado de hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular”, acrescenta Dr. André Lyra. Pacientes com a infecção crônica pelo vírus da hepatite B também podem evoluir com cirrose e maiores chances de câncer de fígado. Ocasionalmente, o carcinoma hepatocelular pode surgir sem o paciente com hepatite crônica B estar na fase cirrótica. Portanto, todos os pacientes com infecção crônica pelo vírus C e B devem ser acompanhados periodicamente.

“Recentemente, o Governo Brasileiro disponibilizou, através do SUS, uma combinação terapêutica que é utilizada há pelo menos um ano nos países de primeiro mundo, com drogas orais muito eficazes. Nesse tratamento, os efeitos colaterais são poucos e não são clinicamente tão relevantes. Mas, para o tratamento existem regras, o Governo só libera para os pacientes que preenchem os critérios de doença moderada a grave ou que tem outras particularidades, por exemplo, em paciente transplantado de fígado, transplantado de rim, dentre outras.” (Dr. André Lyra).

O paciente deve procurar um hepatologista quando diagnosticado com uma doença crônica do fígado. Já nos quadros clássicos de hepatite aguda viral A e B não é mandatório procurar um hepatologista, o clínico geral, habitualmente, pode conduzir este paciente. Além disso, por uma questão de segurança, os bancos de sangue não aceitam doadores que tiveram hepatite após os 11 anos de idade. Quem tem marcadores sorológicos das hepatites virais B e C, sejam marcadores de infecção atual ou passada, também não podem doar sangue.

Sendo assim, a dica do Viva Mais para o Dia Mundial Contra as Hepatites Virais é: previna-se, faça exames periódicos e consulte o seu médico regularmente, pois hepatite não tratada pode se transformar num câncer de fígado! 

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