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Radiologia

Entrevista – Dra. Thaís da Silva Santana – Convulsão

Por Dra. Thaís Da Silva Santana

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A convulsão ocorre com a contratura muscular de forma involuntária em parte do corpo ou em todo corpo, acarretando no aumento da atividade elétrica cerebral. As convulsões podem ser parciais quando apenas parte do hemisfério é acometido pelas descargas elétricas cerebrais, ou total, quando os dois hemisférios cerebrais são acometidos. Para nos trazer mais esclarecimentos sobre convulsão, conversamos com a Radiologista e Neurorradiologia Dra. Thaís da Silva Santana.

Viva mais viva melhor – Doutora, primeiramente, conta pra gente o que é a convulsão e quais as causas?
Dra. Thaís da Silva Santana – A convulsão é um distúrbio elétrico, que ocorre de maneira repentina e descontrolada, desencadeia reações físicas e até emocionais no paciente a depender da região do cérebro que é acometido, ela geralmente tem um fator desencadeante, determinante desse quadro e ela pode ser única, e a pessoa pode não ter mais durante a sua vida.

Viva mais viva melhor – Quais são os tipos de convulsões?
Dra. Thaís da Silva Santana – Pode ser: Parcial ou focal, onde uma área do cérebro pode ser acometida
Parcial complexa: que é associado a uma perda de consciência
Generalizada: mais de uma região do cérebro acometida.
Alguns subgrupos onde os mais frequentes seriam o Pequeno mal: caracterizado por crise de ausência, onde a pessoa não responde a estímulos, fica meio aérea.
Grande mal: Tônico clônica, generalizada onde a pessoa tem reações físicas de contração, de flexão.

Viva mais viva melhor – Existe diferença entre epilepsia e convulsão?
Dra. Thaís da Silva Santana – Sim, epilepsia é um transtorno neurológico, onde o paciente tem crises convulsivas recorrentes sem uma pronta identificação causal, diferente da convulsão que normalmente se sabe o fator que está causando a crise.

Viva mais viva melhor – Quais os riscos durante uma crise convulsiva?
Dra. Thaís da Silva Santana – Pode sofrer acidentes durante a crise convulsiva, tanto trabalhando como na diversão, o acidente pode ser causado por algum objeto perfurante, pode se afogar, ser atropelado. Depende muito do local onde ocorra a crise.

Viva mais viva melhor – Qual a conduta mais adequada para ajudar uma pessoa que está convulsionando e o que deve ser feito após a crise convulsiva, é preciso levar o indivíduo para emergência?
Dra. Thaís da Silva Santana – Primeiramente tentar proteger a pessoa, colocando em lugar seguro e confortável apoiando a cabeça. Não é necessário dar nada para a pessoa beber, cheirar ou segurar a língua, se a crise durar mais de 5 minutos ou não recuperar a consciência completa, deve-se levar para emergência, chamar a SAMU.

Viva mais viva melhor – Durante uma crise convulsiva o indivíduo pode falecer?
Dra. Thaís da Silva Santana – Sim, varias causas biológicas e patologias podem causar uma crise convulsiva antes de o paciente falecer.

Viva mais viva melhor – O indivíduo pode dormir depois de uma crise convulsiva?
Dra. Thaís da Silva Santana – Geralmente as crises são rápidas, se o paciente evoluir bem, reagir bem ele pode descansar, porque a pós a crise normalmente apresenta dor de cabeça e sonolência.

Viva mais viva melhor – Como é feito o diagnóstico da convulsão, quais exames são realizados?
Dra. Thaís da Silva Santana – Vai ser feito uma anamnese detalhado, para ver todo histórico, como aconteceu essa crise, parar identificar o fator causal, serão feito exames físico e neurológico detalhado, exames laboratoriais, analise morfológica e funcional através dos exames de imagens e eletroencefalograma.

Viva mais viva melhor – A ressonância magnética é o exame de imagem mais adequado para avaliar o cérebro e qual tempo de duração do exame?
Dra. Thaís da Silva Santana – É um excelente exame para se ver a anatomia, a morfologia do cérebro ou outra lesão mais minuciosa. Dura 30 a 40 minutos. É um excelente método com o protocolo adequado para epilepsia.

Viva mais viva melhor – O que pode ser feito evitar a crise convulsiva?
Dra. Thaís da Silva Santana – Depende do Fator causal, o paciente deve tratar a causa que o leva a ter a crise. Se for por conta da glicemia, vai controlar a glicemia, se é alteração hormonal ou febre, trata-se isso também. Alguns pacientes merecem atenção especial e merecem usar tratamentos farmacológicos para convulsão, que são os que têm crise convulsivas tardia, após uma semana de um TCE ou AVC ou alteração no eletroencefalograma ou ressonância.