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Oftalmologia PUBLICADO EM 10/08/2017Você já ouviu falar em descolamento de retina?
Problema pode levar à perda total da visão se não for tratado a tempo
Participação da Dra. Verônica Castro Lima, médica oftalmologista
O descolamento de retina ocorre quando há separação entre a retina e as outras camadas da parte interna do olho. Geralmente, essa separação ocorre pela entrada de líquido através de uma rotura ou um rasgão na retina. Nessa situação, a retina começa a sofrer um processo gradativo de degeneração e morte celular, acarretando num prejuízo na visão, que é proporcional ao tempo e a extensão do descolamento. O problema pode levar à perda total da visão se não for tratado a tempo. Mas o olho costuma dar sinais antes do descolamento acontecer e, caso o paciente busque tratamento na fase inicial da doença, nem vai precisar passar por uma cirurgia para voltar a enxergar como antes.
O descolamento da retina é uma urgência médica. Se não for tratado convenientemente e depressa, pode evoluir para perda total da visão. “Existem três tipos básicos de descolamento de retina: o regmatogênico, que é causado pelo aparecimento das roturas na retina; a forma tracional, que é comumente relacionada a retinopatia diabética; e o descolamento seroso, que normalmente é causado por tumores e doenças inflamatórias”, explica a Dra. Verônica Castro Lima, médica especialista em Oftalmologia.
O descolamento de retina regmatogênico é a forma mais comum da doença e os principais fatores de risco são: o descolamento agudo do gel vítreo, chamado de descolamento do vítreo posterior; o aparecimento de rasgos na retina ou de lesões que predisponham ao aparecimento do descolamento, como, por exemplo, degeneração do tipo lattice; o histórico pessoal; o histórico familiar de descolamento de retina; a alta miopia; trauma ocular e cirurgias intraoculares prévias, como a cirurgia de catarata.
“Muitas vezes, os sinais e os sintomas do descolamento de retina são precedidos pela percepção de flashes de luz e de moscas volantes (pontos, filamentos, círculos ou teias de aranha que aparecem na frente do campo de visão do paciente e ficam se movendo a medida que os olhos se movem)” (Dra. Verônica Castro Lima).
Se o paciente, antes, não percebia sintomas, como flashes de luz e moscas volantes, ele deve procurar um oftalmologista assim que possível para se submeter a uma avaliação. “O diagnóstico é clínico e realizado através do exame de mapeamento de retina, com as pupilas dilatadas. Em casos específicos, nos quais não se consegue obter uma visualização adequada do fundo de olho, como, por exemplo, nos casos de catarata, se pode recorrer ao exame de ultrassonografia para ajudar no diagnóstico”, acrescenta Dra. Verônica Castro Lima.
O tratamento do descolamento de retina é cirúrgico, através da vitrectomia (com ou sem introflexão escleral). Esse tratamento deve ser feito com urgência, principalmente nos casos mais recentes e nos casos onde a mácula (porção central e nobre da retina) está preservada. “Na grande maioria dos casos, apenas uma intervenção cirúrgica é suficiente para reverter o descolamento de retina, porém, existem situações em que outros procedimentos, ou a associação de mais de uma das técnicas, se fazem necessários”, esclarece Dra. Verônica Castro Lima.
O melhor que se tem a fazer para prevenir uma doença tão grave e debilitante como o descolamento de retina, é o exame periódico com o médico oftalmologista. É importante ressaltar, que o exame de mapeamento de retina deve ser realizado com uma frequência maior em casos de miopia, pacientes com histórico de cirurgias intraoculares, trauma ocular, pacientes diabéticos, pacientes com história familiar ou com descolamento de retina no olho contralateral.