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Alimentação PUBLICADO EM 27/10/2015

Tomate pode ter os mesmos benefícios de 50 garrafas de vinho tinto

Alimento pode se tornar a fonte de maior benefício nutricional ou medicinal

Os tomates tem alto rendimento nas colheitas. Eles produzem até 500 toneladas por hectare em países que entregam as maiores produções e exigem relativamente pouco investimento. Por isso, pesquisadores do Centro John Innes, no Reino Unido, descobriram uma maneira de produzir quantidades industriais de dois compostos naturais no tomate: o resveratrol fenilpropanóides e genisteína. 

O resveratrol foi reconhecido por prolongar a vida útil em estudos com animais e é encontrado na casca da uva e vinho tinto. Tem sido relacionado com a diminuição do risco de doença das artérias coronárias e  prevenção do câncer. Já a genisteína é encontrada na soja e pode ajudar a prevenir cânceres relacionados ao hormônio esteróide, particularmente o câncer de mama.

Através dos estudos, os pesquisadores descobriram uma maneira de fazer um tomate produzir a mesma quantidade de resveratrol como existe em 50 garrafas de vinho tinto, ou a mesma quantidade de genisteína encontrada em 2,5 kg de tofu (queijo de soja). Uma proteína, chamada AtMYB12, encontrada em uma planta que cresce na maioria dos jardins Reino Unido – Arabidopsis thaliana – e é utilizada como planta modelo na investigação científica. Esta proteína foi introduzida num tomateiro, que surtiu dois efeitos: o aumento da capacidade da fábrica para a produção de compostos naturais por ativação da produção de fenilpropanóide; e influenciou a quantidade de energia e de carbono da árvore dedicada a produzir estes compostos naturais.

Portanto, a produção de compostos valiosos como o resveratrol ou genisteína no tomate pode ser uma maneira mais econômica de produzi-los do que confiar em síntese artificial em um laboratório ou extraí-los em pequenas quantidades a partir de fontes vegetais tradicionais, tais como uvas e soja. Os tomates podem ser colhidos e espremidos e os compostos importantes serem extraídos a partir do suco. Os tomates poderiam potencialmente se tornar a fonte de maior benefício nutricional ou medicinal.

“Plantas medicinais com alto valor são muitas vezes difíceis de crescer e gerenciar, e precisam de tempos muito longos de cultivo para produzir os compostos desejados. Nossa pesquisa fornece uma plataforma fantástica para produzir rapidamente estes compostos medicinais valiosos em tomates. […] Acreditamos que nossa ideia do projeto também poderia ser aplicada a outros compostos como os terpenóides e alcalóides, que são os principais grupos de compostos medicinais de plantas.”, revela Dr. Yang Zhang, um dos responsáveis pela pesquisa.

Já a prof. Cathie Martin, em cujo laboratório o trabalho foi realizado, acredita que o estudo fornece uma ferramenta geral para a produção de compostos fenilpropanóides valiosos em escala industrial. Acrescenta que poderia ser usado para criar outros produtos derivados de aminoácidos aromáticos. Ela prevê que será de interesse para diferentes áreas de investigação, incluindo plantas, planta / micróbio, engenharia de plantas medicinais produtos naturais, bem como dieta e saúde.