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Ginecologia e Obstetrícia PUBLICADO EM 05/05/2017

Reposição Hormonal: Os mitos e verdades do tratamento da menopausa

Participação do Dr. Alan Coutinho, médico ginecologista

Reposição Hormonal: Os mitos e verdades do tratamento da menopausa

 

Ondas de calor, irritação, redução na libido… Quando sintomas como esses começam a aparecer, geralmente entre os 40 e 50 anos, fica fácil adivinhar: é a mulher entrando na menopausa! E, para controlar essas sensações desagradáveis, a reposição hormonal entra em cena. Mas será que qualquer mulher pode ser submetida a esta terapia? Convidamos o Dr. Alan Coutinho, médico especialista em ginecologia e obstetrícia, para nos ajudar a esclarecer os mitos e verdades sobre a reposição hormonal, que ajuda a tratar os sintomas da menopausa. 

A finalidade da reposição hormonal é interromper a evolução da menopausa.
MITO. A menopausa é um processo irreversível no envelhecimento da mulher. Portanto, a reposição hormonal não interrompe a evolução da menopausa, pois não consegue devolver aos ovários a capacidade de produzir novamente os hormônios sexuais. Os sintomas, sim, podem ser aliviados, mas o envelhecimento não para. 

Talvez, no futuro, a ciência consiga descobrir uma forma de manter a produção natural dos hormônios sexuais pelos ovários. Contudo, até o momento, não se sabe como fazer isso e a melhor maneira de aliviar os sintomas é fazer a reposição hormonal, se alimentar corretamente e ter uma vida ativa.

Toda mulher na menopausa precisa fazer terapia de reposição hormonal.
MITO. Nem toda mulher precisa fazer a reposição hormonal, mas a maioria se beneficiaria com a utilização dos hormônios. O segredo é individualizar cada caso.

Qualquer mulher pode fazer a reposição hormonal.
MITO. Nem toda a mulher pode fazer a reposição hormonal, mas a grande maioria pode, por conta de os benefícios serem maiores do que os riscos. Contudo, mulheres com diagnóstico prévio de câncer de ovário, câncer de mama, doenças graves do fígado, pâncreas ou doenças cardíacas graves devem evitar a reposição hormonal.

A terapia de reposição hormonal aumenta a libido.
VERDADE. A reposição hormonal é capaz de manter o desejo e o impulso sexual do homem e da mulher. Na menopausa, a redução dos hormônios sexuais está associada a uma diminuição do desejo pelo parceiro, pela perda do vigor da pele, pela transformação das formas curvas e retas e pela queda na produção de feromônio, que dá o cheiro característico da mulher, capaz de manter a atração no seu parceiro, mantendo a mulher atraente e desejada.

A reposição hormonal melhora a qualidade de vida da mulher na menopausa.
VERDADE. Os hormônios são um dos pilares fundamentais na manutenção da saúde e, certamente, é um dos fatores mais importantes para melhorar a qualidade de vida, pois é capaz de preservar a integridade física, mental e social da mulher na menopausa. 

É preciso tratar a menopausa pelo resto da vida.
MITO. Não existe uma idade máxima e nem uma idade mínima na qual a reposição hormonal deve ser suspensa. Na prática, a reposição hormonal, quando indicada, deve ser mantida até a próxima revisão com o especialista, onde será avaliada, de forma conjunta com a paciente, a necessidade de continuar ou de interromper o tratamento. 

Reposição Hormonal: Quando interrompida, a mulher envelhece mais rápido?
VERDADE. Depois que a terapia de reposição hormonal é interrompida, a mulher envelhece mais rápido. O envelhecimento é um processo de desgaste do corpo que se inicia quando nos tornamos adultos e ainda não se sabe o que pode ser feito para que o envelhecimento não aconteça, as causas do envelhecimento ainda não são totalmente entendidas pela ciência. O ser humano é programado geneticamente para ficar velho. Uma das causas do envelhecimento são os danos ao DNA, causados por agentes, como por exemplo, o cigarro, vírus, álcool, obesidade e sedentarismo. No caso da reposição hormonal, com o estrogênio e testosterona, parece haver uma proteção ao DNA, diminuindo os danos e falhas no organismo. Por exemplo, mulheres que fazem a reposição hormonal têm ossos mais fortes e têm menor risco de fraturas em relação às que não fazem reposição hormonal. Contudo, com a suspensão da reposição hormonal o efeito protetor sobre a densidade óssea declina rapidamente, embora possa manter ainda algum grau de proteção contra fraturas. Atualmente, o que é mais aceito pela ciência, como medidas para aumentar a longevidade de forma saudável, são atitudes conjuntas, como adotar uma dieta com restrição de calorias, ricas em elementos funcionais, ter uma boa qualidade de sono, promover iniciativas para prevenção do estresse crônico, além de ser fisicamente e socialmente ativo.

A reposição hormonal engorda.
MITO. Na natureza, a vida tende ao equilíbrio, portanto, o que pode engordar é a falta ou o excesso do hormônio. A palavra hormônio tem origem grega e significa ‘pôr em movimento’, sendo que, durante a menopausa, a falta de hormônio sexual leva a uma das causas da obesidade, que é o sedentarismo, pois, sem o hormônio, a pessoa perde o estímulo de se movimentar. 

Outra consequência da baixa hormonal são as perdas físicas, que alteram a aparência da mulher, tendo um efeito devastador sobre a sua autoestima, contribuindo para um retraimento e, consequentemente, a inatividade, agravando a perda dos ossos, dos músculos e promovendo o ganho do peso. No caso da reposição hormonal, feita com estrogênio em doses adequadas, não ocorre o acúmulo de gordura, pelo contrário, as mulheres que fazem reposição hormonal adequada costumam ser mais ativas, ter menos gordura acumulada, além de terem menores riscos de desenvolver o diabetes tipo II.

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