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Radiologia Intervencionista PUBLICADO EM 03/07/2019

Radiologia Intervencionista: evolução e diferenciais da especialidade

Imagens produzidas por equipamentos como os raios-x otimizam resultados

Participação do especialista em Radiologia Intervencionista, Dr. André Goyanna

Radiologia Intervencionista: evolução e diferenciais da especialidade

A radiologia intervencionista é uma especialidade que ganhou enorme força no Brasil e no mundo em meados da década de 1980, quando as angioplastias, stents e embolizações vasculares ganharam sedimentação científica e popularidade. A busca permanente por conhecimento fez com que profissionais de várias partes do mundo se reunissem, periodicamente, para discutir imagens, casos, complicações e soluções através de métodos minimamente invasivos.

As imagens produzidas por equipamentos como os raios-x, a ultrassonografia e até mesmo a tomografia motivaram a composição, no Brasil, do Clube de Angiografistas (na época capitaneado pelo saudoso Renan Uflacker, um dos baluartes da especialidade no mundo) que, anos mais tarde, em 1997, transformou-se na Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (SoBRICE).

Otimizando diagnósticos

A radiologia intervencionista é uma especialidade híbrida, em constante desenvolvimento, para qual convergiram profissionais de diversas áreas como a radiologia e diagnóstico por imagem e, a cirurgia vascular. A “pedra angular” de sua atuação é a realização de diagnósticos e tratamentos utilizando equipamentos geradores de imagens, por meio de acessos vasculares percutâneos dos diversos órgãos.

A evolução tecnológica aplicada ao diagnóstico por imagem vem otimizando a elucidação diagnóstica nesse sentido. Tal evolução, aliada à maior capacitação profissional, vem impulsionando grandes mudanças sob as abordagens para tratamento, graças ao surgimento permanente de procedimentos menos invasivos e traumáticos, portanto, mais confortáveis e, principalmente, mais seguros.

De acordo com o especialista em Radiologia Intervencionista Dr. André Goyanna, em geral, os procedimentos são realizados utilizando-se as vias naturais do corpo humano. “Através de uma pequena punção na pele, temos acesso às veias e artérias do organismo e é por onde navegamos para chegar à região ou ao órgão a ser tratado. Nosso principal método de realização dos procedimentos é através dos raios-X. Utilizamos um aparelho denominado de angiógrafo, também chamado de hemodinâmica, que nos permite visualizar ao vivo o que está acontecendo por dentro do paciente. O ultrassom e a tomografia computadorizada também podem nos ajudar em outros tipos de tratamento, porém são mais restritos”, explicou.

Através da radiologia intervencionista é possível tratar aneurismas cerebrais, tumores malignos no fígado, miomas uterinos, varicoceles, sangramento profundo, estreitamento e dilatação em vasos sanguíneos em diversas regiões do corpo humano, entre muitas outras patologias, com apenas com uma pequena punção na região da virilha e sem a necessidade de pontos. É uma especialidade em constante evolução e nosso país faz parte deste universo.

“Um trabalho científico pioneiro realizado na USP de São Paulo vem demonstrando o benefício da embolização no tratamento de alguns pacientes com aumento benigno da próstata. Outro realizado nos Estados Unidos evidenciou, em pacientes obesos, que a embolização de parte do estômago pode funcionar da mesma maneira que uma cirurgia bariátrica”, citou o Dr. André Goyanna.

Para finalizar, o médico disse que, em geral, os procedimentos realizados por radiologia intervencionista possuem um menor tempo de internação, em média de 24 a 48 horas. Outras vantagens são a ausência de cicatriz ou no máximo pequenas incisões na pele; menor trauma, uma vez que geralmente são utilizadas as vias naturais do organismo; menores complicações e eficácia igual ou melhor quando comparados a alternativas cirúrgicas abertas para o tratamento da mesma doença.

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