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Cirurgia Oncológica PUBLICADO EM 14/06/2018Pâncreas é responsável por 4% do total de mortes por câncer no Brasil
Apesar de ser mais frequente em idosos, também pode atingir a população mais jovem
Participação do Dr. Alexandre Albuquerque, médico especialista em cirurgia oncológica
O câncer de pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade devido à sua difícil detecção. De acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), por conta do diagnóstico tardio e de seu comportamento agressivo, no Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de cânceres diagnosticados e por 4% do total de mortes por essa doença.
Raro antes dos 30 anos, o câncer de pâncreas torna-se mais comum a partir dos 60 anos. Segundo a União Internacional Contra o Câncer (UICC), os casos da doença aumentam com o avanço da idade: de 10/100.000 habitantes, entre 40 e 50 anos, para 116/100.000 habitantes, entre 80 e 85 anos. “O câncer de pâncreas realmente é mais frequente em idosos, agora ele também pode atingir a população mais jovem”, acrescenta o Dr. Alexandre Albuquerque. Além disso, a incidência é mais significativa em homens.
O câncer de pâncreas normalmente demora a apresentar sintomas, pois, muitas vezes, são vagos e confundidos com outras doenças. “Um emagrecimento, uma dor abdominal de difícil caracterização, muitas vezes podem ser confundido com gases ou com uma gastrite. Ou seja, ele pode se desenvolver de uma maneira silenciosa”, ressalta o Dr. Alexandre Albuquerque.
O principal exame para o diagnóstico de câncer de pâncreas é a tomografia computadorizada, que também pode ser substituída pela ressonância magnética do abdômen. Existe, ainda, o exame de sangue, a dosagem do CA 19-9, que pode auxiliar o médico no diagnóstico e acompanhamento dos pacientes. É importante ressaltar, no entanto, que o exame CA 19-9, isoladamente, não faz diagnóstico de câncer de pâncreas, pois o mesmo também pode estar elevado em outras doenças.
Vale destacar, que o diagnóstico precoce do câncer de pâncreas é fundamental, a fim de aumentar as chances de cura. Porém, infelizmente, a grande maioria dos pacientes são diagnosticados com doença avançada, quando a chance de cura é pequena. Dr. Alexandre Albuquerque ainda acrescenta, que a melhor forma de prevenir o câncer é tendo hábitos de vida saudáveis. “O cigarro é o principal fator de risco, juntamente com a idade avançada. O álcool, quando utilizado de maneira muito frequente, pode desencadear pancreatite crônica e a pancreatite crônica está relacionada ao aumento do risco de câncer de pâncreas”, explica.
Por isso, para prevenir este tipo de tumor, deve-se abandonar o cigarro, evitar o uso excessivo de bebidas alcoólicas, praticar atividades físicas regularmente, evitar o excesso de peso e ter uma alimentação rica em frutas e verduras, com menor consumo de carnes e alimentos industrializados.