Notícias Viva Mais

Pediatria PUBLICADO EM 13/06/2016

Fumar durante a gravidez pode afetar a saúde mental dos filhos

Resultados foram publicados no Jornal Americano de Psiquiatria

Fumar durante a gravidez pode afetar a saúde mental dos filhos

Já se sabe que mulheres que fumam durante a gravidez são mais propensas a terem problemas de aborto, partos prematuros, defeitos de nascimento, como lábio leporino ou fenda palatina, e síndrome da morte súbita. Agora, os pesquisadores da Escola Mailman de Saúde Pública, na Columbia, sugerem que esse hábito também possa afetar a saúde mental da criança, aumentando o risco de esquizofrenia. Os seus resultados foram publicados no Jornal Americano de Psiquiatria.

Para chegar às conclusões, o autor sênior do estudo, doutor Alan Brown, e seus colegas, analisaram dados de todos os nascidos vivos ocorridos na Finlândia entre 1983-1998, identificando 977 casos de esquizofrenia entre os filhos. Estes casos de esquizofrenia foram pareados por sexo, data de nascimento e residência para crianças sem esquizofrenia. As mães dos filhos de ambos os grupos forneceram amostras de sangue no primeiro trimestre e segundo trimestre de gravidez precoce, e estas foram analisadas para a presença de cotinina – um biomarcador de nicotina, usado para determinar a exposição ao fumo do tabaco.

Os pesquisadores descobriram que um maior nível de cotinina em amostras de sangue de mulheres grávidas foi associada a um maior risco de esquizofrenia entre os filhos. Comparado com filhos nascidos de mães que tiveram baixa exposição à nicotina durante a gravidez, os nascidos de mães com exposição pesada à nicotina durante a gravidez eram 38% mais propensos a desenvolverem esquizofrenia.

Segundo os autores, o estudo é o primeiro a investigar a associação entre um biomarcador de tabagismo e risco de esquizofrenia entre os filhos materna e acrescentam que “ele fornece a evidência mais definitiva até agora de que fumar durante a gravidez está associado com a esquizofrenia. Se replicado, estas descobertas sugerem que a prevenção do tabagismo durante a gravidez possa diminuir a incidência de esquizofrenia”.

Dr. Brown diz que os seus resultados destacam a importância de educar o público sobre os potenciais riscos à saúde que o tabagismo causa durante a gravidez. Ele observa que futuras pesquisas sobre o tabagismo materno devem se concentrar em identificar os mecanismos biológicos que fundamentam tais riscos para a saúde:
“Finalmente, é interessante examinar cotinina materna em relação ao transtorno bipolar, autismo e outros transtornos psiquiátricos”, acrescenta o Dr. Brown.

Compartilhe essa notícia: