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Ortopedia e Traumatologia PUBLICADO EM 30/07/2019Fratura de quadril aumenta risco de morte em idosos
Problema compromete a vida sob diversos aspectos
Participação do ortopedista Dr. Lauro Magalhães
A cada ano, aproximadamente 1,6 milhão de pessoas sofrem fraturas no quadril. Até 2050, o número deve pular para 6,3 milhões. E esse tipo de trauma, especialmente em pessoas mais velhas, traz mais dores de cabeça do que se pensava. Uma análise do Consórcio sobre Saúde e Envelhecimento, colaboração entre Estados Unidos e Europa, mostra que, em pessoas acima de 60 anos, machucar essa região pra valer eleva o risco de morte mesmo oito anos após o acidente — quando imaginamos que a recuperação já seria total.
Os profissionais analisaram oito estudos que, juntos, somavam 122 808 voluntários. Toda essa turma foi acompanhada por quase 13 anos. O primeiro resultado: houve um crescimento expressivo na taxa de mortalidade por causas diversas no primeiro ano após a lesão. Mas tem mais: a probabilidade de falecer permaneceu aumentada mesmo depois de oito anos da fratura — isso em comparação com gente que não trincou o quadril. O efeito foi sentido com mais força nos homens, mas as mulheres também devem ficar atentas.
Agora, como um osso quebrado pode afetar tanto a vida? Além de estar relacionada a infecções e doenças cardiovasculares, a fratura pode causar dor crônica, diminuir a mobilidade e aumentar o nível de dependência do paciente. Ou seja, ela compromete a vida sob diversos aspectos.
Vale lembrar que os idosos estão mais propensos a problemas no quadril, já que a idade deixa os ossos mais fracos — é a chamada osteoporose. Eles também correm um risco extra de sofrerem acidentes como escorregões e quedas, porque podem desenvolver problemas de visão e equilíbrio.
De acordo com o ortopedista Dr. Lauro Magalhães, o principal sintoma da fratura do fêmur é a dor na virilha ou na coxa, mas a depender do tipo de lesão também podem aparecer edemas, deformidades, inchaço, encurtamente e atividade de rotação externa do membro acometido. Caso algum desses sinais seja percebido, recomenda-se procurar uma emergência ortopédica o mais rápido possível.
O especialista explica que o diagnóstico é baseado na anamnese, exame físico e nos exames de imagem. “Geralmente, a radiografia é suficiente para fechar o diagnóstico, porém em casos duvidosos podemos utilizar tomografia e ressonância magnética. Na maioria dos casos, o tratamento é cirúrgico. Apenas quando o paciente não tem condições clínicas de se submeter à cirurgia, utilizamos o tratamento conservador”, frisou o Dr. Lauro Magalhães.
“É importante implementar medidas adequadas para prevenir a ocorrência de fraturas no quadril. Tudo o que for possível para evitar quedas, especialmente de idosos, deve ser feito”, advertiu o médico.