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Mastologia PUBLICADO EM 03/03/2020

Cirurgia oncoplástica da mama resgata autoestima da mulher

Reconstrução da mama deve ser integrada ao tratamento do câncer de mama

Com participação da mastologista Drª Gabriela Arruda, do Núcleo da Mama

Cirurgia oncoplástica da mama resgata autoestima da mulher

A Cirurgia oncoplástica da mama é a associação do tratamento oncológico com a correção estética da agressão cirúrgica sofrida por pacientes submetidas à mastectomia parcial ou radical. Para viabilizá-la, o cirurgião plástico e o mastologista trabalham juntos antes, durante e após a cirurgia para retirada do tumor e também para a reconstrução da mama. Em paralelo ao tratamento oncológico das mamas, a reconstrução da mama é integrada ao tratamento, associando um melhor resultado estético e funcional para a paciente.

Segundo a mastologista do Núcleo da Mama, Dra. Gabriela Arruda, a reconstrução mamária e a cirurgia oncoplástica não são a mesma coisa. “A oncoplastia mamária possui um significado mais amplo, já que visa primariamente o tratamento oncológico, porém utiliza técnicas de reconstrução mamária para atingir o melhor resultado estético e funcional, seja no remodelamento, nas cirurgias com ressecção parcial da mama ou na reconstrução completa, quando a mama é totalmente removida”, explicou.

A médica destacou, ainda, que a interação entre as equipes com discussão integrada sobre cada caso clínico permite um melhor tratamento. “A cirurgia oncoplástica pode ser realizada tanto pelos mastologistas com formação pras técnicas de reparação da mama (o meu caso por exemplo) quanto através da parceria dos mastologistas com os cirurgiões plásticos dedicados à reconstrução. O objetivo principal é o tratamento oncológico da paciente, o cuidado na promoção da melhor solução cirúrgica para os pacientes com câncer de mama”, disse.

Nem todas as pacientes podem passar por uma cirurgia oncoplástica. Atualmente, as principais contraindicações são os tumores inflamatórios, um subtipo específico de câncer de mama. Além disso, limitações clínicas das pacientes, doenças de base e mal controladas que acarretem um alto risco cirúrgico cardiovascular podem impedir a reconstrução mamária. “Ressalto que alguns casos, restrições clínicas podem ser superadas com ajuste para cirurgia de menor complexidade, porém existem situações em que os riscos à saúde do paciente superam os benefícios e a reconstrução mamária deverá ser contraindicada”, pontuou a Drª Gabriela Arruda.

Apesar da Lei 12.802, sancionada em 2013, garantir às mulheres que se submetem a mastectomia, o direito de ter as suas mamas reconstruídas no mesmo ato cirúrgico, apenas 30% das pacientes atendidas pelo SUS têm acesso a esse direito, principalmente pela restrição do número de próteses disponíveis e pela própria dificuldade de acesso a grandes centros com equipe médica qualificada para reconstrução. “Em relação a outros convênios, temos conseguido algumas liberações, o que nos deixa muito felizes sobretudo porque a cirurgia oncoplástica proporciona ganho na qualidade de vida das sobreviventes do câncer de mama. Pacientes mais felizes e seguras podem aproveitar melhor os muitos anos de vida que conquistaram após o tratamento da doença”, concluiu a mastologista do Núcleo da Mama.

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