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Cirurgia PUBLICADO EM 12/09/2017Câncer de Boca: 97% dos casos estão relacionados ao tabagismo
Chance de cura é maior quanto mais precoce for descoberto o tumor
Participação do Dr. Gabriel Carletto, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço
A boca e a garganta participam de vários processos do organismo, como a digestão, a fala e a alimentação. Por isso, é preciso estar atento ao risco de desenvolvimento de câncer nessa região. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram estimados, para 2016, mais de 15 mil novos casos de tumores na boca e na garganta, que compreende lábios, língua, mandíbula, gengiva, glândulas salivares, amígdala, orofaringe, laringe e tireoide. No Brasil, 70% dos pacientes diagnosticados com câncer de boca já estão em um estágio avançado da doença.
Através do autoexame, que consiste em observar, através do espelho, todas as regiões da boca é possível perceber alterações na região, a fim de diagnosticar precocemente a doença. Se o paciente sentir dor, desconforto ou, principalmente, se for etilista (beber) e tabagista (fumar) deve fazer o autoexame com frequência. “As lesões iniciais ou pré-neoplásicas, são dois tipos: a leucoplasia e a eritroplasia. A leucoplasia é definida como uma lesão esbranquiçada, não destacável, que não melhora após a remoção dos fatores causais e apresenta uma chance de se transformar em câncer, que varia entre 0,25 a 30%. Já a eritroplasia é mais rara e perigosa, constituindo numa lesão avermelhada de mucosa que, ao ser analisada no microscópio, costuma já apresentar células cancerígenas”, explica o Dr. Gabriel Carletto, médico especialista em cirurgia de cabeça e pescoço.
Feito o diagnóstico do câncer de boca, é necessário fazer os exames de estadiamento do tumor, ou seja, exames que tentem mostrar a real extensão do problema, o que é conseguido através de tomografia computadorizada, endoscopia, laringoscopia, raio-x de tórax, entre outros. “Considerando um tratamento cirúrgico, também são necessários exames pré-operatórios e avaliação cardiológica. A partir de então, cabe ao cirurgião de cabeça e pescoço o planejamento do tratamento, bem como esclarecer ao paciente os aspectos envolvidos na terapêutica”, acrescenta Dr. Gabriel Carletto.
Os maiores fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de boca são o tabagismo (fumar) e o etilismo (beber), especialmente se associados. Portanto, a maior prevenção é manter-se afastado dos fatores de risco, ou seja, não fumar e não beber. Além disso, é importante manter uma boa higiene bucal e procurar atendimento médico sempre que houver uma lesão persistente na boca.
“Aproximadamente 95% dos casos de câncer de boca estão relacionados ao tabagismo e ao etilismo. Outros fatores estudados são os fatores genéticos, exposição ao sol, infecções gerais e a má higiene oral.” (Dr. Gabriel Carletto)
É importante destacar, que embora aproximadamente 97% dos casos estarem relacionados ao tabagismo, uma pequena parcela dos portadores dessa doença não fuma. Nesses casos, existem alterações genéticas, ainda em estudo, relacionadas ao aparecimento do câncer. Por isso é tão importante que as pessoas, em especial os tabagistas, sejam orientadas a realizar o autoexame e, na presença de lesões suspeitas, procurar atendimento médico especializado.