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Mastologia PUBLICADO EM 06/04/2020

4 mitos sobre câncer de mama

Espalhe verdades e evite a disseminação de informações falsas sobre a doença

Com participações dos mastologistas do Núcleo da Mama

4 mitos sobre câncer de mama

Ele é o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil e, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa para 2020 é de mais de 66 mil novos casos. O câncer de mama não tem uma causa única, mas sabe-se que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, o sedentarismo e a idade (cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos) são alguns dos principais fatores de risco. Além desses, já bem conhecidos, um outro perigo, não tão palpável, ronda a doença: a desinformação. Notícias falsas, tabus e verdadeiras lendas urbanas podem prejudicar a detecção precoce da doença e dificultar seu tratamento. Confira 4 mitos que circulam por aí e, da próxima vez que ouvir alguma dessas bobagens, não deixe que elas passem para frente.

1. Câncer de mama só aparece em quem tem histórico familiar: as estimativas mostram que 90% de todos os cânceres de mama não dependem de fatores hereditários. E, mesmo nos 10% restantes, o fator de risco depende da idade em que o tumor apareceu. Se sua avó teve a doença aos 80 anos e sua mãe aos 70, por exemplo, é mais provável que ela tenha surgido em decorrência da idade do que de alguma alteração genética. Só quando a incidência ocorre em uma mulher jovem é que a hereditariedade precisa ser analisada. Vale lembrar, no entanto, que o inverso não é verdadeiro. Não ter ninguém na família com câncer de mama não confere proteção especial a ninguém. Fatores como tabagismo, sedentarismo e consumo excessivo de álcool, portanto, são igualmente perigosos para mulheres com ou sem casos de câncer na família.

2. Pancadas nos seios podem levar ao surgimento de câncer: outro mito que apavora muita gente por aí. É claro que dependendo do grau desse trauma, ele vai causar dor, desconforto e levar uns dias para cicatrizar. Em casos mais graves, pode até gerar uma área de fibrose no tecido gorduroso da mama, percebida como um pequeno caroço no autoexame. Mas câncer, jamais. Mesmo no caso de uma fibrose, esse carocinho nunca é maligno. A confusão talvez ocorra pelo fato de, em alguns casos, após uma pancada dolorida, a mulher procurar o médico e acabar recebendo o diagnóstico de câncer. Mas, acredite, o tumor com certeza já estava ali e o trauma provocado pela batida apenas antecipou a visita ao mastologista – e a descoberta da doença.

3. O autoexame substitui a mamografia: nunca, jamais, em tempo algum. Infelizmente esse mito totalmente equivocado leva muitas mulheres a descobrir a doença em estágios já avançados e que reduzem as chances de cura. A verdade é que, embora fundamental, o autoexame não é eficaz na detecção de tumores menores, em fases iniciais. Por isso, a recomendação é que, a partir dos 40 anos, a mamografia seja feita anualmente. Segundo o mastologista do Núcleo da Mama, Dr. Marcos Antônio Barbosa Filho, “a mamografia é capaz de identificar pequenos nódulos e calcificações presentes no estágio inicial do câncer de mama, o que aumenta as chances de sucesso do tratamento da doença”.

4. O uso de sutiãs apertados por muito tempo favorece o aparecimento de câncer: passar o dia com uma roupa íntima apertada não é nada confortável. No caso dos sutiãs, dependendo do modelo e do tempo em que a mulher permanece com a peça apertada, isso pode até causar uma inflamação nas glândulas mamárias – uma área com alta concentração de nervos e, portanto, muito sensível. Entretanto, como explica outro mastologista do Núcleo da Mama, o Dr. Roberto Hoskel Azoubel, o sutiã não tem nenhuma relação com o câncer de mama e “é o melhor amigo do peito ao auxiliar no tratamento das dores pré-menstruais e no tratamento pós-operatório de cirurgias”, destacou.

Esse outro “supermito” provavelmente é irmão gêmeo daquele que afirma que próteses de silicone nos seios encobrem tumores em estágio inicial. Numa época em que mamografias e ultrassons não eram tão precisos, podia até fazer certo sentido. Hoje, no entanto, não faz nenhum. Por isso, siliconadas e não siliconadas, amantes dos meias-taças de rendinha PP e dos sutiãs beges GG, uni-vos no combate à disseminação destes e de outros mitos sobre o câncer de mama.

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