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Radiologia Intervencionista PUBLICADO EM 06/04/2020

Embolização das artérias da próstata pode ser indicada para tratar hiperplasia benigna

Procedimento é minimamente invasivo

Com participação do Dr. André Goyanna, especialista em Radiologia Intervencionista

Embolização das artérias da próstata pode ser indicada para tratar hiperplasia benigna

A embolização das artérias da próstata é uma técnica endovascular indicada para o tratamento da hiperplasia prostática benigna. Como um procedimento minimamente invasivo, ele possibilita total eficácia no combate à doença e conta com uma série de benefícios para a qualidade de vida do homem. Além de dispensar a necessidade de cirurgias grandes, não requer internação e cessa os sintomas urinários.

O tratamento da hiperplasia prostática benigna (próstata aumentada) pode ser feito de várias formas. Inicialmente, pode-se usar medicamentos que controlam os sintomas e retardam a progressão do aumento da próstata. Quando a terapia medicamentosa não apresenta resultados significativos, recomenda-se o tratamento local da hiperplasia.

“A técnica mais aceita e consagrada na literatura médica ainda é a RTU ou Ressecção Transuretral do Tecido Prostático que fica ao redor da uretra, desobstruindo a passagem da urina. Mais recentemente, um novo procedimento chamado de embolização prostática começou a ser realizado em todo o mundo com o intuito de ajudar no tratamento desses pacientes e tem se mostrado bastante promissor para determinados casos”, explicou o Dr. André Goyanna, especialista em Radiologia Intervencionista.

A técnica consiste em ocluir parte da circulação da glândula, de maneira a fazer com que a mesma reduza de tamanho. Ela é feita através de uma punção na virilha, por onde através de um cateter bem fino se chega até as artérias que irrigam a próstata e a partir daí são depositadas pequenas esferas que vão obstruir parcialmente a passagem de sangue para a glândula, o que leva à redução do seu tamanho.

Além de ser um procedimento minimamente invasivo, sem necessidade de uma anestesia maior e sem cortes, a embolização das artérias prostáticas promove um tratamento indolor e não requer repouso pós-operatório, o que significa que o paciente, após um dia, já pode voltar para as suas atividades cotidianas. A técnica permite aliviar o canal da uretra por onde passa a urina, fazendo com que o paciente consiga retomar a sua micção normal.

Segundo o Dr. André Goyanna, geralmente, após 4 a 6 horas do término da embolização, o paciente já pode voltar à sua residência. “É um procedimento bastante seguro, não havendo na literatura médica relatos de complicações como incontinência urinária, impotência ou ejaculação retrógrada. Ela é bem indicada para pacientes de alto risco para cirurgia clássica de RTU, tais como doentes que usam anticoagulantes, idade bastante avançada e que possuam várias doenças associadas e também para pacientes que possuem volumes prostáticos muito grandes”, destacou.

A doença – A hiperplasia benigna, popularmente conhecida como próstata crescida, faz parte do envelhecimento natural do homem e, ao contrário do que muitos pensam, não se transforma em câncer de próstata. Os sintomas acontecem porque a próstata, com o envelhecimento do homem, vai crescendo de tamanho e comprime a uretra, que é o canal que leva a urina da bexiga até a ponta do pênis.

Com essa compressão, começa-se a dificuldade de esvaziamento da bexiga. Isso causa uma alteração significativa na qualidade de vida do homem, já que ele passa a ter dificuldade para começar e também parar de urinar, urina pouco e várias vezes ao dia. “Os sinais e sintomas mais comuns são: dificuldade de começar a urinar, jato urinário fraco, retenção urinária, incontinência urinária (ou seja, não conseguir segurar a urina na bexiga) e micção frequente, que pode obrigar o paciente a levantar diversas vezes à noite para urinar”, frisou o Dr. André Goyanna.

A hiperplasia benigna da próstata chega a afetar metade dos homens com mais de 50 anos e mais de 90% dos homens com mais de 80 anos. Casos assintomáticos não precisam, a priori, de tratamento, mas devem ser acompanhados.

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