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Comportamento PUBLICADO EM 23/11/2015Adolescentes com muitos amigos no Facebook podem ficar depressivos
Quanto mais amigos um jovem tem na rede social, mais estressado ele será
O uso de mídias digitais entre os adolescentes tem crescido rapidamente nos últimos anos. Cerca de 81% dos adolescentes, com idade entre 12 e 17 anos, conectam-se à internet diariamente. Desses, 71% usam o Facebook. As informações são de um estudo de 2012, do Pew Research Center. Por isso, um novo estudo publicado na revista Psychoneuroendocrinology afirma que o nível de estresse dos adolescentes pode ser medido pelo Facebook. Quanto mais amigos um jovem tem na rede social, mais estressado ele será, o que pode aumentar o risco de depressão.
Para a pesquisa, foram selecionados 88 adolescentes, com idades entre 12 e 17 – 41 meninos e 47 meninas. Foram feitas perguntas sobre o comportamento no Facebook, incluindo a frequência com que usam a rede social, quantidade de amigos, postagens na linha do tempo e interação com os amigos – curtir/comentar as mensagens de outros, por exemplo. Além disso, os participantes foram convidados a fornecer quatro amostras de cortisol – hormônio liberado em resposta ao estresse – quatro vezes ao dia, durante dois dias consecutivos.
Em comparação com os adolescentes que tiveram menos de 300 amigos no Facebook, aqueles que tinham mais de 300 amigos no site de mídia social tinham níveis mais altos de cortisol. “Podemos imaginar, portanto, que aqueles que têm mil ou 2 mil amigos no Facebook podem ser submetidos a estresse ainda maior”, observa o Prof. Lupien, autor do estudo.
Níveis elevados de cortisol pode indicar risco futuro de depressão. “Os adolescentes que apresentam os níveis de hormônios de estresse elevados não ficam deprimidos imediatamente, mas isso pode vir a ocorrer mais tarde”, explica Lupien. “Alguns estudos demonstraram que pode demorar 11 anos antes do aparecimento da depressão severa em crianças que tinham consistentemente níveis elevados de cortisol”, acrescenta o professor.
Em tempo, os autores dizem que mais pesquisas são necessárias para determinar se os seus resultados podem ser replicados em crianças e adultos que usam o Facebook.