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Ortopedia e Traumatologia

Vídeo Completo – Tendinopatia do Ombro

Por Dr. Nivaldo Cardozo Filho

O que é o manguito rotador?

Trata-se de uma estrutura anatômica composta pela união de 4 tendões: subescapular, supraespinhal, infraespinhal e redondo menor. Ele é responsável pelos movimentos de rotação medial e lateral e também é um importante estabilizador dinâmico do ombro, responsável por manter a cabeça umeral centrada em relação à glenoide, para que através da ação conjunta do deltóide, o braço se eleve.

Um outro tendão presente nesta articulação e que desempenha um importante papel adjuvante ao manguito rotador é o tendão do cabo longo do bíceps, que estabiliza e deprime a cabeça umeral, além de ser um sítio comum de dor e inflamação.

 

O que é tendinopatia?

Tendinopatia é a doença ou lesão do tendão, ou seja, são as patologias que acometem os tendões, podendo levar a uma tendinite ou inflamação, calcificação, fissuras, rupturas parciais ou totais e, num estágio mais avançado, a uma artropatia do manguito e osteoartrose glenoumeral.

 

O que causa a Tendinopatia do Ombro?

O manguito rotador, durante a vida, é muito exigido para manter uma boa função no ombro. Algumas vezes, a atividade em excesso ou o desequilíbrio muscular entre os músculos do manguito rotador, devido a vários motivos, podem evoluir com um desarranjo da musculatura, que, com o passar do tempo, desenvolve alterações degenerativas que, cada vez mais, repercutirão no desarranjo funcional do ombro. Portanto, as alterações que acometem o manguito, que são inflamatórias e degenerativas, ocorrem como consequência de uma sobrecarga mecânica progressiva ou microtraumas de repetição, e também de alterações degenerativas próprias, relativas ao “envelhecimento biológico”dos tecidos. As alterações geralmente são progressivas, daí a necessidade de um diagnóstico e tratamento precoces.

 

Quais são os sintomas?

Geralmente começam com uma dor referida na região ântero-lateral do braço, confundida popularmente como “bursite”. É importante ressaltar que a bursa também pode estar alterada, mas como consequência de alterações primárias que acometem o manguito rotador. A queixa de dor pode estar associada à perda progressiva de movimentos e função do braço. Em geral, os movimentos de elevação e abdução são os mais prejudicados. A dor pode aparecer de forma espontânea, o que ocorre na maioria das vezes, ou após atividades que utilizem o braço acima do nível da cabeça. Essa dor geralmente é pior à noite, devido a perda da ação gravitacional quando o paciente está sentado ou deitado.

 

Como se faz o Diagnóstico da Tendinopatia do Ombro?

O diagnóstico é iminentemente clínico, pois a história e o exame físico são bem característicos. Existem exames de imagem muito úteis, como a ultrassonografia, que é um bom exame, mas depende essencialmente do examinador e a ressonância magnética, que é o exame mais específico e essencial para a determinação das lesões, tamanho, características  e classificação, assim como para programar corretamente o tratamento e prognóstico.

 

Qual o tratamento da Tendinopatia do Ombro?

O tratamento depende efetivamente do estágio da lesão quando feito o diagnóstico, ou seja, depende se existe apenas uma inflamação, calcificação, ruptura parcial ou total, ou ainda artrose avançada. Cada lesão é tratada de uma maneira. Geralmente nas lesões iniciais, inicia-se com um tratamento conservador, com uso de medicamentos analgésicos e antiinflamatórios, redução da sobrecarga mecânica, fisioterapia, que é importantíssima nesse processo e eventualmente infiltrações locais com corticóides, que esta cada vez mais em desuso. Nas rupturas e em lesões mais avançadas, o reparo artroscópico está indicado. Trata-se de uma técnica minimamente invasiva, segura, com excelentes taxas de sucesso e mínima agressão tecidual. A grande maioria das lesões podem perfeitamente ser tratadas com esta técnica. Nos casos de osteoatrose avançada associada a rupturas (em geral avançadas), indica-se artroplastia (prótese). Independente da técnica utilizada, no pós operatório, o paciente geralmente faz uso de uma imobilização com tipóia por 4 a 6 semanas, seguido por um programa específico de fisioterapia para completa reabilitação.