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Endocrinologia
Vídeo Completo – Série Tireoide
Por Dr. Joaquim Custódio Jr.
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Viva Mais Viva Melhor – Quais são os principais problemas de funcionamento da tireoide?
Dr. Joaquim Custódio – A tireoide é uma pequena glândula situada na região do pescoço, mas com imensa importância na regulação do nosso metabolismo. É responsável pela produção de dois hormônios, chamados de T3 e T4, que atuam em praticamente todas as células do corpo humano. Distúrbios na produção destes hormônios são chamados de hipertireoidismo, quando os mesmos são produzidos em excesso ou hipotireoidismo quando a produção está abaixo do ideal. A partir da suspeita clínica, o endocrinologista solicita exames que confirmarão a presença da disfunção hormonal e institui a terapia adequada.
Viva Mais Viva Melhor – “Fiz uma ultrassonografia e foi identificado um nódulo na tireoide, devo me preocupar?”
Dr. Joaquim Custódio – O nódulo da tireoide representa uma coleção de células ou de conteúdo líquido que a gente chama de coloide, e pode ocorrer em até 5% da população, sendo mais comum em mulheres. A partir da avaliação clínica e do exame da glândula, o endocrinologista avaliará a necessidade de complementação com o exame de punção de tireoide, no qual uma amostra do nódulo é enviada para o estudo. A partir daí, define-se o tratamento adequado que na maioria das vezes consiste no acompanhamento do nódulo. Em alguns casos pode ser necessária a realização de cirurgia.
Viva Mais Viva Melhor – O que é o hipotireoidismo e como tratá-lo?
Dr. Joaquim Custódio – O hipotireoidismo representa a menor produção de hormônios pela tireoide do que ela deveria para manter o metabolismo equilibrado. Pode decorrer de um processo inflamatório da tireoide, chamado tireoidite, ou eventualmente em pessoas que precisaram fazer uma cirurgia para retirar a tireoide por algum outro problema. Nesses casos o tratamento consiste na reposição do hormônio que está faltando, sendo que esta reposição vai variar de paciente para paciente e deve ser monitorada periodicamente com exames de laboratório.
Viva Mais Viva Melhor – O que é o hipertireoidismo e como tratá-lo?
Dr. Joaquim Custódio – O hipertireoidismo representa um excesso de hormônios da tireoide na nossa circulação, ou seja, há mais hormônios T3 e T4 circulando no organismo humano do que deveria e isso gera uma série de complicações, como por exemplo o aumento da frequência cardíaca que pode gerar inclusive arritmias, perda de peso muito rápida, alteração do ritmo do intestino, dentre outras. O tratamento é feito através de medicações que possam controlar a função da tireoide ou eventualmente com o uso do chamado iodo radioativo, que vai fazer uma ablação, ou popularmente “queimar” a tireoide e levar a produzir menos hormônio e restaurar a normalidade.
Viva Mais Viva Melhor – O bebê pode nascer com problemas na tireoide? Como diagnosticar o problema nos primeiros dias de vida?
Dr. Joaquim Custódio – Sim, é possível acontecer de a pessoa nascer já com problema na tireoide, é o que chamamos de hipotireoidismo congênito. Este, inclusive, é um dos motivos pelos quais é recomendado fazer o teste do pezinho em todas as crianças ao nascer. O hipotireoidismo congênito sendo diagnosticado logo ao nascer é tratado e permite a pessoa ter uma vida rigorosamente normal. Já naqueles pacientes que têm o hipotireoidismo e não são tratados da forma correta rapidamente, isso pode levar a retardo mental irreversível.
Viva Mais Viva Melhor – Há como se prevenir dos problemas da tireoide?
Dr. Joaquim Custódio – Os problemas de tireoide têm se tornado cada vez mais comuns na nossa população e nos congressos e palestras científicas têm-se buscado discutir formas de prevenir a ocorrência desses problemas. A melhor forma de prevenir consiste na suplementação adequada de iodo na nossa dieta. No Brasil o sal é iodado e nós temos uma oferta relativamente fácil a alimentos ricos em iodo que são os frutos do mar, como peixes e crustáceos. Mas nós já sabemos através de algumas pesquisas científicas que algumas populações como crianças e eventualmente gestantes podem estar recebendo uma oferta insuficiente de iodo. Nestes casos é interessante fazer uma avaliação clínica para discutir a necessidade de se fazer uma suplementação e manter níveis adequados de iodo na alimentação.