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Oncologia Clínica

Vídeo Completo Série Câncer de cabeça e pescoço

Por Dr. André Bacellar

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O que são os cânceres de cabeça e pescoço?

Os cânceres de cabeça e pescoço são um grupo de tumores malignos que tem em comum o fato de se originarem nas geralmente começam nas células escamosas que revestem as mucosas úmidas desta região: dentro da boca, do nariz e da garganta. O câncer também pode surgir, menos comumente, nas células das glândulas salivares.

Costumamos dividir os cânceres de cabeça e pescoço de acordo com a área em que eles começam – a cavidade oral, faringe, laringe, seios paranasais e a cavidade nasal.

É importante lembrar que os cânceres de cérebro, do olho, da glândula da tiróide não são geralmente classificados como de cabeça e pescoço.

 

Qual a frequência dos cânceres de cabeça e pescoço?

Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer, o câncer de cavidade oral e o câncer de larige são, respectivamente, o quarto e o sexto tumores mais comuns na região Nordeste. Trata-se, portanto, de um problema de saúde pública. É um pouco mais comum em homens e a partir dos 50 anos.

 

Quais são as causas dos cânceres de cabeça e pescoço?

Estima-se que 75 a 90% dos cânceres da cabeça e pescoço são causados pelo tabagismo e o etilismo.

Quanto maior a exposição a esses fatores, maior é o risco! Como exemplo, o fumante tem 10 vezes mais chance de desenvolver câncer de laringe. Em pessoas que associam fumo e bebidas alcoolica esss número sobre para 43%.

Existem outras causas também: alguns cânceres de boca estão associados à infecção pelo vírus HPV, o mesmo associado com o câncer de colo de útero. A incidência câncer vêm aumentando entre a população de adultos jovens em ambos os sexos. Parte desse aumento pode ser em razão de mudanças no comportamento sexual.

Outro fator de risco infeccioso é o vírus Epstein-Barr,  causador da mononucleose, fator de risco para câncer de nasofaringe.

E finalmente, a exposição solar também é um fator de risco para o câncer de lábio.

 

Como se prevenir dos cânceres de cabeça e pescoço?

A melhor forma de diminuir a incidência dessa doença é controlar os fatores de risco que conhecidamente favorecem seu desenvolvimento. O álcool e o tabaco são os maiores inimigos. 

Um bom estímulo para parar de fumar é saber que depois de 5 anos que a pessoa pára, o risco do câncer de orofaringe diminui em 50%, e após 10 anos, esse risco se aproxima da pessoa que nunca fumou.

Outra forma de prevenção é a vacinação para o HPV porém a sua eficácia para o câncer de cabeça e pescoço não está tão bem estabelecida quanto para o câncer de colo de útero.

Além destes fatores, observa-se em pacientes com câncer de boca uma higiene bucal deficiente e uma dieta pobre em proteínas, vitaminas e minerais e rica em gorduras. Devemos, portanto, cuidar da higiene oral e da alimentação também.

 

Quais os principais sintomas dos cânceres de cabeça e pescoço?

Caso note qualquer ferida no lábio ou cavidade oral que não cicatrize em até 15 dias, procure imediatamente um especialista, que pode ser um cirurgião de cabeça e pescoço ou otorrinolaringologista. Visitas regulares ao dentista ajudam também na detecção precoce das lesões, por vezes ainda no seu estado pré-maligno, muito mais fácil de curar. Deve-se atentar para outros sintomas que devem ser investigados: caroços no pescoço, rouquidão persistente e dificuldades na deglutição e na fala.

 

Como é feito o diagnóstico dos cânceres de cabeça e pescoço?

O diagnóstico é feito através de uma simples biópsia, que é feita pelo especialista, seja de uma lesão na cavidade oral, faringe ou laringe, ou de linfonodos aumentados no pescoço.

Se a biópsia resultar em tumor maligno, o próximo passo é a realização de exames de laboratório e de imagem para estadiar o paciente. Estadiar significa saber a extensão da doença, se ela invadiu outros órgãos. Isso é essencial para que se planeje o tratamento mais efetivo.

 

Como é feito o tratamento dos cânceres de cabeça e pescoço?

Os três grandes pilares do tratamento do câncer de cabeça e pescoço são a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia. Muitas vezes, para melhores resultados, os três são necessários. Portanto, o envolvimento multidisciplinar, com um oncologista clínico envolvido, é fundamental para o sucesso do tratamento.

O paciente e o médico devem considerar as opções de tratamento com cuidado. Eles devem discutir cada tipo de tratamento e como ele pode mudar a maneira como o paciente olha, fala, come, ou respira.

É importante ressaltar o avanço recente no tratamento, com cirurgias menos mutilantes, radioterapias mais precisas e a possibilidade de aliar a terapia convencional à terapia alvo, que são drogas mais específicas no combate à célula tumoral.

Quando a doença ainda não se espalhou pra órgãos mais distantes, estima-se a possibilidade de cura em até 80% dos casos.

 

Quais são os efeitos colaterais do tratamento dos cânceres de cabeça e pescoço?

A cirurgia para câncer de cabeça e pescoço, muitas vezes muda a capacidade do doente para mastigar, engolir ou falar. Se gânglios linfáticos no pescoço foram removidos, o ombro pode se tornar fraco e rígido.

Os pacientes que recebem radiação para a cabeça e pescoço podem experimentar vermelhidão, irritação e feridas na boca, uma boca seca ou saliva engrossado, dificuldade em engolir, alterações no paladar, ou náusea.

Outros problemas que podem ocorrer durante o tratamento são a perda de sabor, o que pode diminuir o apetite e afetar nutrição, e dores de ouvido. Os pacientes podem não ser capazes de abrir a boca tão bem quanto antes do tratamento.

Visto todos esses efeitos, a reabilitação é uma parte muito importante deste processo, que pode incluir fisioterapia, aconselhamento dietético, terapia da fala e deglutição com um fonoaudiólogo.