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Dermatologia

Vídeo Completo – Psoríase

Por Dra. Patricia Gutierrez

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O que é psoríase?

Psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele, não contagiosa, que pode acometer também as articulações, de base genética, mediada pelo sistema imunológico, e com manifestações clínicas variáveis. É uma dermatose que pode ocorrer em qualquer idade, acometendo igualmente ambos os sexos e apresentando picos de incidência na segunda e quinta décadas de vida.

O que pode desencadear ou piorar a psoríase?

Essa doença pode ser desencadeada por trauma químico, físico, elétrico, infeccioso, cirúrgico, inflamatório. O sol, em geral, melhora a psoríase, entretanto ela pode ser exacerbada numa exposição solar aguda e intensa. Algumas medicações estão associadas ao surgimento ou piora da psoríase como o uso do lítio, a retirada abrupta de corticóide sistêmico, o uso de beta-bloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina, o uso de antimaláricos e anti-inflamatórios não esteróides. O período de estresse emocional ou ansiedade podem desencadear ou piorar a psoríase segundo alguns pacientes. O álcool é considerado fator de risco para pacientes jovens do sexo masculino e de meia idade. Parece haver um maior risco de surgimento da psoríase em mulheres tabagistas, e piora da doença, já instalada, em homens e mulheres que fumam.

A psoríase está associada a outras comorbidades?

Pode vir associada a outras comorbidades como a síndrome metabólica como um todo e seus componentes isolados, como a hipertensão, a dislipidemia, a obesidade e o diabetes tipo II, e em quadros mais graves, pode vir como fator independente de agravamento do risco cardiovascular. Pode vir associada à doença de Crohn (que é uma doença intestinal), uveíte (que tem um acometimento ocular) e distúrbios psicossociais. Ocorre um aumento na atividade da doença em pacientes HIV positivos com piora no início da infecção e melhora nas formas avançadas. A infecção estreptocócica de orofaringe está associada à doença aguda, eruptiva, conhecida como psoríase gotata. 

Qual a manifestação clínica da psoríase?

Clinicamente se manifesta como placas eritemato-escamosas (são placas de coloração “avermelhada”, rosada, com escamas em sua superfície), conhecida como psoríase em placas, que são bem delimitadas, localizadas mais em áreas de trauma da pele como joelhos, cotovelos, região pré-tibial, sacral e couro cabeludo. A quantidade de lesões assim como a sua dimensão podem variar e até acometer toda a pele. Alterações nas unhas são vistas em 50 a 80% dos casos com características peculiares. Pode apresentar outros padrões clínicos específicos que a subdivide em outros subtipos (psoríase em gotas, psoríase eritrodérmica, forma pustulosa, invertida e artropática).

Como é feito o diagnóstico da psoríase?

O diagnóstico é realizado através da história clínica, do exame físico e do exame anatomopatológico, esse último só realizado em casos mais duvidosos.  A avaliação do couro cabeludo e das unhas auxilia no diagnóstico. Na suspeita de artrite psoriásica, é necessário o estudo radiológico e avaliação do reumatologista.

Qual o tratamento da psoríase?

O seu tratamento baseia-se em aplicações de medicações tópicas para quadros mais leves que incluem o uso de corticóides, hidratantes, ceratolíticos, substâncias imunomoduladoras dentre outras. Nas formas moderadas a graves, pode-se fazer uso da fototerapia, que é um tratamento numa câmara de radiação ultravioleta – tanto UVA como UVB (quando se usa a radiação UVA, você associa um psoralênico)  e, também faz parte dessas formas graves, o tratamento com uso de medicações sistêmicas como Metotrexato, Acitretina, Ciclosporina e imunobiológicos, todas essas sendo drogas imunossupressoras, exceto a Acitretina. Toda e qualquer opção terapêutica para a psoríase, seja ela física, biológica ou farmacológica, sempre deverá ser amplamente discutida com o paciente, valorizando suas expectativas, inquietudes e inseguranças frente a essa enigmática doença e às armas de que se dispõe para controlá-la.