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Mastologia
Núcleo da Mama II
Por Dr. Marco Antônio Barbosa Filho
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- (071) 3353-4422
- Núcleo da Mama, Rua Baependi, 102 - Ondina, Salvador - BA, 40170-070
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Viva Mais Viva Melhor – Quando indicar a mastectomia profilática?
Dr. Roberto Hoskel Azoubel – A mastectomia profilática é a retirada de uma ou das duas mamas com a finalidade de diminuir o risco de câncer, com redução de cerca de 90% da ocorrência do tumor. A única evidência bem definida para indicar essa cirurgia é a comprovação de uma mutação genética associada ao risco do câncer de mama, entretanto, existem alguns fatores de risco importantes principalmente se estiverem associados que podem após serem avaliados nos levar a indicar uma mastectomia profilática em pacientes sem mutação. Esses fatores são: história familiar de câncer de mama em mãe, filha ou irmã, principalmente antes dos 50 anos de idade, paciente portadora de câncer em uma das mamas, tratamento com radioterapia na região das mamas antes dos 30 anos de idade, diagnóstico de carcinoma lobular in situ e mamas extremamente densas. Importante saber que a mastectomia profilática não é uma cirurgia estética e tem riscos, como resultado permanente e irreversível pode haver diminuição ou perda da sensibilidade da mama com impacto na sexualidade, impossibilidade de amamentar e desenvolvimento de ansiedade ou depressão pela sua nova imagem corporal.
Viva Mais Viva Melhor – O câncer de mama acomete também o homem?
Dr. Roberto Hoskel Azoubel – A mama é o órgão mais frequentemente acometido por câncer na mulher, a mama masculina tem pouco tecido glandular, mas também pode desenvolver câncer. Esta ocorrência é rara e corresponde a pouco mais de 1% em comparação a ocorrência na mulher. O homem em geral não se preocupa com as mamas, o que pode levar a um atraso no diagnóstico e em consequência os tumores de mama no homem são geralmente tratados em fase mais avançada, por esse motivo é importante que os homens tenham consciência da possibilidade desse tipo de tumor para que o diagnóstico seja mais precoce e consequentemente a chance de cura seja maior ainda. O tratamento é semelhante em ambos os sexos e consiste principalmente em cirurgia, radioterapia e quimioterapia. O resultado do tratamento é parecido em ambos os sexos quando os tumores são clinicamente semelhantes.
Viva Mais Viva Melhor – Baixos níveis de vitamina D aumentam o risco de câncer da mama?
Dr. Cesar Machado – Verdade. Diversos estudos científicos demonstram essa associação. A vitamina D tem ação antiinflamatória, fortalece o sistema imunológico e equilibra a reprodução celular. Existem mais de 2776 pontos identificados de ligação dessa vitamina com o genoma humano. Apesar de Salvador ser uma cidade com boa exposição solar, a rotina dentro das casas e edifícios, o uso de bloqueadores solares e dieta deficiente de vitamina D tem criado uma epidemia de baixos níveis dessa vitamina. Devemos lembrar do câncer de pele e ter uma exposição solar consciente e segura.
Viva Mais Viva Melhor – Pessoas obesas têm mais risco de ter câncer de mama?
Dr. Cesar Machado – Verdade. A obesidade aumenta o risco de câncer de mama por diversos mecanismos, além de aumentar a chance de recorrência tumoral em pacientes que já tiveram esta doença. O tecido gorduroso é um forte produtor hormonal pós-menopausa, cria um ambiente pró-inflamatório, facilita a proliferação celular e dificulta a apoptose, que é um mecanismo de defesa do corpo. Por estes mecanismos a obesidade aumenta o risco de câncer de mama. A sociedade ao mesmo tempo que estimula a obesidade pela propaganda de alimentos não saudáveis, discrimina as pessoas gordas. Temos que ter noção e apoiar essa difícil luta e mudança nos nossos hábitos de vida.
Viva Mais Viva Melhor – Porque é tão importante fazer a mamografia anualmente?
Dr. Marco Antônio Barbosa Filho - O câncer de mama quando descoberto no estágio inicial tem o índice de até 95% de cura com os tratamentos modernos, porém no início o tumor frequentemente é indolor e impalpável. A mamografia é essencial para o rastreamento das pacientes, capaz de detectar pequenos nódulos e microcalcificações que estão presentes logo no início da doença.
Viva Mais Viva Melhor – A mulher que faz mamografia tem maior risco de desenvolver câncer por causa da radiação?
Dr. Marco Antônio Barbosa Filho - Não. A dose de radiação de uma mamografia é muito baixa, corresponde a cerca de 1% da dose de radiação de uma tomografia por exemplo. Isso ocorre porque a mama é pouco densa em comparação com outras partes do corpo, então precisa de menos radiação para se obter a imagem. Reforço que a mamografia é um exame essencial para detecção do tumor mamário em estágio inicial e vem ajudando a salvar muitas vidas.