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Pediatria PUBLICADO EM 27/01/2016Síndrome da Fadiga Crônica: uma em cada 50 crianças tem o problema
Doença não apresenta melhora com repouso e piora com esforço físico ou mental
A síndrome da fadiga crônica (SFC), também conhecida como encefalomielite miálgica, é uma condição caracterizada por severa fadiga que não apresenta melhora com o repouso, e que podem ser exacerbadas pelo esforço físico ou mental. De acordo com um novo estudo, publicado na revista Pediatrics, cerca de uma em cada 50 crianças de 16 anos tem a síndrome, com duração de pelo menos seis meses.
Dr. Simon Collin, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e colegas analisaram os dados de 5.756 crianças. Foram analisadas informações de questionários preenchidos pelos pais e filhos, que tenha comunicado qualquer incidência de fadiga severa inexplicada. Além disso, os pesquisadores usaram dados do Banco de Dados Nacional de Alunos para estimar o número de dias de aula perdidos como resultado da SFC. No geral, os pesquisadores calcularam que 1,9% dos jovens de 16 anos – quase 1 em 50 – foram afetados pela SFC com duração de pelo menos 6 meses, enquanto quase 3% tinha a síndrome com duração de 3 meses ou mais.
“Este é um estudo importante, porque mostra que a SFC é muito mais comum em adolescentes do que reconhecido anteriormente. Como pediatras, precisamos nos informar mais para identificar a síndrome da fadiga crônica, particularmente nas crianças de meios desfavorecidos, que podem ser menos capazes de ter cuidados especializados”.
Em comparação com crianças sem a síndrome, os pesquisadores descobriram que aqueles com a condição perderam cerca de um turno de aula por semana. Além disso, as crianças eram mais susceptíveis de vir de famílias com maior adversidade – famílias com condições precárias de habitação. De acordo com o estudo, esta descoberta desafia a noção popular de que a síndrome é mais provável de afetar indivíduos de classe média.
A equipe espera que a pesquisa conscientize as pessoas de como a síndrome é comum entre as crianças adolescentes e precisa ser tratada. O tratamento para a síndrome da fadiga crônica se concentra, principalmente, no alívio dos sintomas.
Os pesquisadores concluem:
“Sentimo-nos encorajados pelos resultados deste estudo como, finalmente, nossos filhos, suas famílias e aqueles que lutam para um diagnóstico tem a evidência de que necessitam. Provas que confirmem a condição como sendo não só muito comum mas, as evidências refletindo a elevado nível de sofrimento com o qual eles são forçados a viver”.
Sintomas da SFC se confundem com o de outras doenças
Diagnosticar a síndrome da fadiga crônica é um desafio. Não há, atualmente, nenhum teste de laboratório para a doença, os sintomas variam significativamente de pessoa para pessoa, e são comuns entre muitas outras doenças, tornando-o difícil de detectar.
São oito os sinais e sintomas oficiais, o principal evidentemente, é o que dá origem ao seu nome: fadiga. Os outros sete sinais são:
– Perda de memória ou de concentração
– Garganta inflamada
– Aumento dos gânglios linfáticos no pescoço ou nas axilas
– Dor muscular inexplicável
– Dor nas articulações, principalmente quando a dor migra de uma articulação para outra, sem apresentar, no entanto, nenhum sinal de inchaço ou vermelhidão na área afetada
– Dor de cabeça
– Sono recorrente e intermitente
– Exaustão extrema que dura mais de 24 horas após o exercício físico ou mental.
* No entanto, os pacientes podem, ainda, apresentar sintomas diferentes destes, como febre, irritabilidade e confusão.