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Hepatologia PUBLICADO EM 09/12/2020

Mitos e verdades sobre a cirrose

Com participação do Dr. André Lyra, especialista em Hepatologia e Gastroenterologia

Mitos e verdades sobre a cirrose

De acordo com o Dr. André Lyra, a cirrose é uma condição caracterizada por nódulos de fibrose no fígado, corresponde ao estágio final de várias cicatrizes que vão se formando no fígado ao longo de anos ou décadas, como consequência de uma agressão contínua e prolongada. Conheça alguns mitos e verdades sobre a cirrose:

 

O álcool é o único vilão da cirrose?

Não é correto afirmar que o álcool é o único vilão, existem vários outros agentes que podem provocar a doença, como a hepatite C, hepatite B, doença hepática gordurosa não-alcóolica e doenças autoimunes do fígado. Porém, não quer dizer que irão provocar em todos os pacientes, apenas uma parcela dos indivíduos com essas patologias evoluirá com a cirrose.

 

A cirrose pode ter relação com outras doenças?

Sim. Indivíduos com cirrose hepática de qualquer etiologia têm mais chances de desenvolver diabetes. As diversas doenças que levam à cirrose hepática podem se associar com outras enfermidades, como, por exemplo, pacientes com hepatite autoimune e hepatite C, muitas vezes, desenvolvem doenças da tireoide.

 

Existe alguma relação entre gastrite e cirrose?

Não há relação entre gastrite e cirrose. São órgãos distintos e as patologias que os acometem são também distintas.

 

Automedicação pode levar à cirrose?

Sim. A automedicação é sempre um risco. Mais comumente, a automedicação provoca hepatite aguda, porque, na maioria das vezes, neste contexto, as drogas são utilizadas por um período curto de tempo. Para que ocorra a cirrose hepática é necessário o uso contínuo de uma medicação hepatotóxica durante vários anos e existem medicamentos que, conhecidamente, podem provocar a cirrose hepática quando utilizados continuamente.

 

Existe tratamento para a cirrose?

Sim. Existe tratamento para várias, mas não para todas as doenças hepáticas que levam à cirrose. Alguns pacientes com cirrose estabelecida, quando tratados para a causa que provocou a cirrose, podem evoluir com regressão parcial da fibrose hepática. Já outros pacientes, que obtém sucesso na terapia da doença de base, mantém a cirrose hepática estável ou a enfermidade, ainda assim, progride. Isso é variável de acordo com o estágio da cirrose e as características constitucionais do indivíduo. Em geral, quando a cirrose já está em fase muito avançada e o paciente já desenvolveu as complicações da doença mencionadas previamente ela é irreversível, nesta situação somente o transplante hepático é a solução.

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