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Ginecologia e Obstetrícia PUBLICADO EM 06/01/2016Antidepressivo aumenta risco de malformações congênitas
Gestantes devem procurar outros métodos para tratar a depressão
A comunidade médica está mobilizando os profissionais de saúde e pacientes sobre medidas que podem ser tomadas para prevenir os defeitos congênitos em recém-nascidos. O mais recente estudo sobre o assunto, realizado no Canadá, foi publicado no British Journal of Clinical Pharmacology. Dessa vez, Prof. Anick Bérard, da Universidade de Montreal, e seus colegas, focaram na paroxetina, droga usada para tratar a depressão, transtorno do pânico, transtorno de ansiedade social, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), etc.
A paroxetina é um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS), da classe de fármacos usados no tratamento da síndromes depressivas, transtornos de ansiedade e alguns tipos de transtorno de personalidade. Ela funciona aumentando a quantidade de serotonina, que é uma substância no cérebro que ajuda na manutenção do equilíbrio mental. Também é a droga mais comum para o tratamento da depressão em mulheres grávidas. Porém, embora a paroxetina tenha sido considerada segura para uso durante a gravidez até 2005, o estudo mostrou um aumento do risco de malformações cardíacas em bebês expostos à droga antes do nascimento.
Os pesquisadores realizaram uma revisão da literatura e meta-análise de todos os estudos pertinentes publicados entre 1966-2015. Desses estudos, 23 foram verificados como elegíveis. Os resultados revelaram que, em comparação com a não utilização de paroxetina, o consumo no primeiro trimestre da droga foi ligado a um risco aumentado de 23% de todas as malformações congênitas maiores e um risco aumentado de 28% das principais malformações cardíacas em recém-nascidos.
Prof. Bérard conclui que “na verdade, a relação risco/benefício sugere a não utilização em mulheres com sintomas leves a moderados de depressão, o que representa cerca de 85% das mulheres grávidas com sintomas depressivos. Portanto, o planejamento da gravidez é essencial, e as opções de tratamento válidos, tais como psicoterapia ou exercícios são garantidos nesta população especial”.