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Curiosidades PUBLICADO EM 31/05/2017

Buscar informações sobre saúde na internet pode ser perigoso

É preciso tomar cuidado para não cair em armadilhas virtuais e agravar a doença

Participação do Dr. Alexandre Albuquerque, médico especialista em cirurgia oncológica

Buscar informações sobre saúde na internet pode ser perigoso

Pesquisar informações na internet já faz parte do dia-a-dia do brasileiro. Apesar de o “Dr. Google” (site de buscas na internet) sempre ter resposta para tudo, quando o assunto é saúde, é preciso tomar cuidado para não cair em armadilhas virtuais. Segundo informações do próprio Google, uma em cada 20 pesquisas realizadas no site de buscas está relacionada a doenças. E quando o assunto é a própria saúde ou de familiares, os riscos são enormes, não só porque as informações podem ser incorretas, mas porque os tratamentos devem ser individualizados. O que serve para um paciente, pode não servir para outro.

Por isso, o Dr. Alexandre Albuquerque, médico especialista em cirurgia oncológica, alerta que esta prática pode agravar problemas de saúde:

“Uma pesquisa feita de maneira inadequada pode, muitas vezes, tranquilizar uma pessoa, mas também pode fazer com que essa pessoa negligencie alguns sintomas tornando o diagnóstico mais tardio e, ao procurar o médico, o paciente já esteja com a situação mais grave. Ao mesmo tempo, pode criar situações inversas, porque muitas vezes eles não conseguem ter o discernimento de que aquele sintoma, que muitas vezes pode ser um sintoma vago, pode estar associado a uma série de doenças.

Enquanto alguns sites de conteúdo médico são seguros, outros têm textos elaborados por pessoas sem qualquer conhecimento especializado. O estudante Lucas Santana, ao primeiro sinal de dor, corre para a internet atrás de uma resposta. “Recentemente, fiz uma retirada de um siso e tive alguns problemas depois de tomar as medicações e tudo mais. E aí eu fui pesquisar pelos sintomas que eu estava sentindo e achei que era infecção. Fiquei meio desesperado e fui no hospital correndo, e aí acabou que não era nada demais, era uma reação dos remédios. Como eu não estou acostumado a tomar remédios, e tive que tomar por causa da retirada do siso, tive algumas reações fora do comum. Então não foi infecção nem nada, eu fiquei desesperado sem necessidade, sem motivos”, explica o estudante.

Outra prática comum entre os internautas é acompanhar grupos nas redes sociais sobre doenças. Nestas comunidades são trocadas experiências inclusive em relação ao uso de medicamentos. O médico presidente da Associação Bahiana de Medicina, Robson Moura, reconhece o potencial das redes sociais. No entanto, reforça que só o médico é capaz de fazer um diagnóstico seguro. “É importante deixar claro que a melhor maneira de saber se você tem ou não algum problema de saúde é uma consulta direto com o médico especialista. Os outros profissionais de saúde são extremamente importantes na composição de um tratamento multidisciplinar de qualquer doença, mas o papel de fazer um diagnóstico pertence ao médico, porque ele quem foi treinado e capacitado para isso”. 

A internet é um meio de comunicação extremamente importante hoje, faz parte da vida de todos, mas a pesquisa médica tem que ser feita com cuidado e, por isso, os médicos têm acesso a alguns instrumentos de busca ligados a universidades, a portais de universidades fora do país, que permitem que possam buscar de forma organizada. “Não é simplesmente chegar no Google e botar a palavra ‘hipertensão arterial’, ‘câncer de mama’ e achar que com isso você está resolvendo os seus problemas”, finaliza Dr. Robson.

 

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